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18/09/2014 às 13:32•2 min de leitura
A América do Norte não é conhecida por abrigar mamíferos gigantes. No entanto, alguns cientistas querem povoar o território com animais africanos, como leões e elefantes. É tudo parte de um movimento que espera restaurar a Terra em seus dias de glória.
Embora este plano possa parecer extremo, o movimento já tem trabalhado em uma escala muito menor. A ideia do repovoamento com animais africanos pertence ao aluno de pós-graduação Cornell Josh Donlan e mais 11 associados do movimento.
Em 2005, Donland e seus colegas publicaram um artigo polêmico na revista Nature, que preconiza a criação de um Parque Ecológico nos Estados Unidos, que seria uma enorme reserva natural cheia de animais que a maioria dos americanos só viu em zoológicos.
Criaturas como camelos, guepardos, leões e elefantes viveriam e caçariam ao lado de cervos, ursos e humanos. Não seria uma loucura? Enquanto isso soa como um desastre iminente, os cientistas acreditam que o parque não só ajudaria a economia (com os dólares dos turistas), mas também ajudaria ao meio ambiente.
É claro que o seu plano foi duramente criticado e nunca foi acatado, mas, surpreendentemente, essa não foi a primeira vez que a ideia foi sugerida. Na verdade, os cientistas já fazem neste tipo de coisa há algum tempo, embora em escala muito menor.
O conceito do repovoamento, chamado de “rewilding”, foi inventado pelo ambientalista Dave Foreman. A essência geral é restaurar as criaturas, onde elas foram caçadas até a extinção. Quando animais como mamutes e camelos gigantes desapareceram da América há milhares de anos, o ecossistema norte-americano mudou drasticamente, nem sempre para melhor.
De acordo com alguns estudos, sem mamutes por perto, o número de plantas daninhas se multiplicou e sem predadores a população de pragas explodiu. Na verdade, os cientistas previram a queda de grandes vertebrados americanos em um futuro próximo, tudo porque o ecossistema mudou tão completamente ao longo dos últimos milênios.
No entanto, se o continente foi repovoado com parentes de criaturas extintas, alguns pesquisadores acreditam que o ambiente poderia ser restaurado à sua antiga forma mais harmoniosa.
Como prova do impacto positivo desse conceito, os cientistas apontam para os lobos de Yellowstone. Os caninos foram aniquilados na década de 1920, fazendo com que o número de cervos subisse rapidamente até 1995, quando os lobos foram reintroduzidos no local. Então, as coisas mudaram drasticamente.
Os lobos mantiveram os cervos em alerta e realmente alterou seu comportamento. Assim, eles evitam áreas do parque, onde eles poderiam ser pegos, permitindo que árvores e outras plantas cresçam mais efetivamente.
Por uma boa consequência, isso atraiu castores cujas barragens construídas por eles nos córregos servem de casas para as lontras, patos e peixes. Além disso, os lobos comeram os coiotes, o que aumentou a população de coelhos e atraiu doninhas famintas e falcões. Além de tudo isso, águias e ursos agora aparecem para se alimentar de carcaças de lobos deixados para trás.
De forma surpreendente, os lobos também mudaram a geografia física de Yellowstone. Todas as novas árvores (que antes eram danificadas pelos cervos) realmente estabilizaram as margens dos rios, causando menos erosão.
Outros entusiastas do repovoamento também estão fazendo isso com a flora e fauna na Europa. Cientistas escoceses estão esperando restaurar as florestas de mais da metade do país e trazer de volta criaturas como esquilos vermelhos e javalis.
Obviamente, há uma série de implicações a considerar. Muitos críticos apontam os resultados desastrosos da introdução de coelhos e sapos na Austrália. No entanto, os cientistas pró-repovoamento têm um argumento na ponta de língua.
Eles explicam que nem coelhos e nem sapos viveram naquela região antes de o homem introduzi-los. Segundo eles, o repovoamento correto é diferente porque as espécies envolvidas devem ser todas nativas da região ou são relacionadas com criaturas que eram típicas do local. O que você acha da ideia?