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27/10/2015 às 10:46•2 min de leitura
Os animais possuem rituais e comportamentos interessantíssimos. Os de algumas espécies a ciência já conseguiu desvendar, mas outros ainda permanecem um mistério. Um dos costumes dos corvos, por exemplo, não havia sido explicado, mas agora um estudo sugere uma resposta simples do que pode se tratar essa conduta.
Os corvos são animais fascinantes, e, aqui no Mega Curioso, nós já listamos 10 motivos para você acreditar nisso. A inteligência característica da espécie é o ponto responsável por um dos comportamentos dessas aves que mais intrigava os cientistas: o “velório” de um semelhante. Se você não entendeu, o que ocorre é que, se os corvos percebem que algum companheiro está morto, eles se reúnem até em dúzias ao redor do corpo.
Cientes disso, os biólogos Kaeli Swift e John Marzluff, da Universidade de Washington, nos EUA, procuraram analisar esse comportamento para entender o real motivo que leva as aves a desenvolvê-lo. A conclusão foi de que esse ritual se trata de um momento de estudo no qual as aves procuram verificar o que causou a morte de seu semelhante e como podem evitar situações que as levem ao mesmo fim.
Dependendo do motivo relacionado à morte da ave, os outros corvos podem tirar informações importantes, pois são capazes de gravar rostos de outras criaturas e guardá-los por até seis semanas na memória. Eles também conseguem memorizar situações e trocar informações com os demais integrantes de seu grupo, avisando para evitar as circunstâncias que analisaram como perigosas.
Pesquisas anteriores já indicavam a capacidade de memorização dos corvos. Por isso, é comum os cientistas usarem máscaras para obter qualquer tipo de análise em contato com essas aves.
Segundo o site Mother Nature Network, para iniciar esse estudo, Kaeli Swift espalhou amendoins e folhados de queijo no chão para atrair as aves. Enquanto ela observava à distância, outra pessoa, com uma máscara de látex, foi até a concentração dos animais carregando um espécime de corvo empalhado. Nesse momento, as aves que estavam se alimentando passaram a atacar o mascarado.
Isso aconteceu só porque ele carregava o animal morto. Como dito, os corvos gravam o que representa ameaça, nesse caso, a face da pessoa, então, mesmo que ela retorne de mãos vazias nas próximas seis semanas, ela será repreendida. Eles evitam até mesmo a fonte de comida que haja no local se avistam uma pessoa com um corvo morto nas mãos.
A situação não se repete se, por exemplo, o pássaro morto for um pombo. Nesse caso, segundo a constatação, eles vão cercar o indivíduo por apenas 40% do tempo usual. Além disso, não se importarão em retornar ao local da fonte de comida.
O estudo deixa ainda mais impressionante a concepção que a ciência tem sobre os corvos. A bióloga Kaeli Swift afirma: “Já se sabe com fortes evidências que os animais que vivem em grupos possuem habilidades cognitivas mais avançadas. De acordo com o que sabemos, é incrível pensar que pássaros – no caso, os corvos – fazem algo que somente algumas espécies realizam”.