Artes/cultura
03/02/2015 às 14:35•2 min de leitura
É verdade que o próprio conceito da mumificação envolve a preservação de cadáveres, mesmo muito tempo após o falecimento do indivíduo. Entretanto, alguns casos se tornam notórios pela capacidade quase miraculosa com que os corpos se mantêm relativamente íntegros — alguns chegando mesmo a dar a impressão de estarem apenas dormindo.
A despeito de teorizações sobrenaturais, há diversos fatores que contribuem para a preservação assombrosa de alguns cadáveres. O processo pode ser intencional ou acidental, e normalmente envolve exposição a certos produtos químicos, frio extremo (múmias encontradas no gelo), baixa umidade, altas quantidades de sal no solo etc. O resultado, entretanto... Este é bem menos acadêmico. Confira abaixo.
A mulher dessa foto morreu a 3,8 mil anos em uma trilha conhecida como “Rota da Seda”, em Loulan, na porção oeste da China. Nâo apenas ela, mas também 200 outras múmias mantiveram-se incrivelmente preservadas graças ao solo seco e altamente salinizado do local.
Desde sua descoberta, entretanto, o governo tem se mostrado relutante na concessão de acesso a pesquisadores. Isso porque a “Beldade de Loulan” foi uma mulher caucasiana — mesma raça dos Uyghur, fisicamente semelhantes aos europeus, e que afirmam ter sido os habitantes originais do local. Uma múmia com quase 4 mil anos certamente balançaria as coisas.
O corpo mumificado da imagem acima foi encontrado em 27 de janeiro deste ano, na Mongólia. Trata-se do cadáver de um monge nascido no século XIX e morto há mais de 150 anos, embora ainda mantenha a posição meditativa conhecida como “lótus”. Acredita-se que se trata do Lama Dashi-Dorzho Itigilov, budista buryat pertencente à tradição tibetana.
A múmia da menina Rosalia Lombardo já foi tratada em outras matérias aqui do Mega Curioso. Entretanto, o impressionante estado de preservação do cadáver, morto em 1920, certamente faz merecer um retorno. Rosalia teria falecido de pneumonia aos dois anos de idade.
Seu pai, inconsolável, buscou o famoso embalsamador e taxidermista Alfredo Salafia, a fim de preservar o corpo — que se manteve praticamente inalterado desde que foi depositado nas Catacumbas dos Capuchinhos, localizadas na Cicília.
A intitulada “Donzela de Daí” é uma das múmias mais bem preservadas já encontradas. Com aproximadamente 2,1 mil anos, o corpo pertenceu a uma figura importante da Dinastia Han — algo deixado claro pelos objetos encontrados em sua tumba.
Inicialmente, esse pequeno bebê esquimó foi confundido com uma boneca. Posteriormente, identificou-se a múmia de uma criança falecida com aproximadamente 6 meses de idade.
Talvez um dos casos mais impressionantes desta lista, o corpo do Lama Dashi-Dorzho Itigilov se mantém até hoje, quase 90 anos após sua morte, praticamente inalterado — ao menos do ponto de vista macroscópico. Dashi-Dorzho Itigilov foi um dos líderes espirituais do budismo na Rússia.
Antes de seu falecimento, em 1927, o monge pediu que seu corpo fosse enterrado na posição de “lótus”. Uma das cláusulas, entretanto, demandava que o corpo do religioso fosse exumado algum tempo depois.
As condições de preservação do cadáver — que bem poderia passar por um morto de não mais do que 12 horas —, entretanto, fazem com que muitos acreditem em um milagre. Igualmente digno de nota, ainda, é o fato de que as autoridades religiosas responsáveis pelo templo garantem que nenhum método de preservação foi utilizado desde a morte monge. Entusiastas afirmam que Itigilov teria sido capaz de prever a incorruptibilidade de seu corpo.
A despeito da aparência tranquila e pacífica, o cadáver da imagem acima é de um homem que provavelmente morreu como parte de um ritual de sacrifício a alguma divindade — isso há mais de dois mil anos.