4 pessoas célebres da história que morreram em manicômios

08/06/2024 às 15:003 min de leituraAtualizado em 08/06/2024 às 15:00

Os manicômios, também denominados hospícios, eram hospitais especializados no tratamento de doenças mentais. Historicamente, esses locais se caracterizavam pela presença de maus tratos e pela segregação dos pacientes, que eram renegados por suas famílias e até pelos médicos.

Hoje, há uma luta antimanicomial que defende que as pessoas passando por isso não sejam mais submetidas a esse tipo de tratamento. E algumas dessas pessoas foram personalidades muito conhecidas, que também acabaram seus dias esquecidas dentro de um manicômio em algum lugar do mundo.

1. Marquês de Sade

(Fonte: GettyImages/ Reprodução)
Marquês de Sade foi condenado a um manicômio por Napoleão Bonaparte. (Fonte: Julien M. Hekimian/Getty Images)

Donatien Alphonse François de Sade, ou simplesmente Marquês de Sade, talvez seja o autor mais conhecido da França. Seus romances, escritos durante o século XVIII, escandalizaram pelo retrato que faziam do sexo, da violência e da blasfêmia. Não por acaso, seu próprio nome virou um substantivo: sadismo.

Muitos dos temas sobre os quais ele escreveu saíram de sua vida. Isso o levou à prisão várias vezes, das quais ele era liberado após sua família pagar uma multa. Mas, com a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder, tudo mudou para ele.

Isso porque Napoleão detestava as obras de Sade, as chamando de "abominável" e fruto de "uma imaginação depravada". O imperador, então, mandou prender novamente o marquês em 1801 e, desta vez, ele não recebeu indulto. Sade foi diagnosticado com "demência libertina" e internado em um manicômio, onde passou os últimos 11 anos de sua vida. 

2. O compositor Robert Schumann

(Fonte: GettyImages/ Reprodução)
O compositor Robert Schumann sofreu com sérios distúrbios que o levaram a tentar o suicídio. (Fonte: Hulton Archive/Getty Images)

O grande compositor alemão Robert Schumann nasceu em 1810, no Reino da Saxônia, onde iniciou o estudo da música aos sete anos e compôs quase 150 obras durante a vida.

Ainda assim, ele poderia ter realizado uma produção muito maior, se não fosse sua luta contra doenças mentais durante toda a sua curta vida (ele morreu com 46 anos). Em 1854, os delírios que ele sofria ficaram tão fortes que ele tentou o suicídio pulando da ponte do Reno.

Por conta disso, Schumann foi internado em um hospício, onde passou seus últimos dois anos. Até hoje se discute o que teria acometido o compositor, com um médico chegando até a alegar que sua psicose foi provocada pelo excesso de trabalho. O mais provável é que ele sofresse de esquizofrenia ou transtorno maníaco-depressivo.

3. O matemático André Bloch

(Fonte: Unsplash / Reprodução)
André Bloch passou 31 anos no hospício de Charenton por matar seu irmão e tios. (Fonte: Unsplash)

O matemático francês André Bloch é sempre lembrado por seu trabalho em análise complexa, o que levou à elaboração de um teorema e uma constante com seu nome. Contudo, sua vida, e principalmente sua saúde mental, foram conturbadas: ele passou a maior parte de sua vida adulta em um manicômio, após matar três pessoas.

Bloch nasceu em 1893 em Besançon, França, e foi convocado, ao lado de seu irmão, para lutar na Primeira Guerra Mundial. Após os dois serem liberados, André acabou assassinando seu irmão, Georges, além de sua tia e seu tio.

Depois disso, ele foi enviado para o hospício de Charenton, onde passou os próximos 31 anos de sua vida. Segundo o próprio matemático, sua doença mental corria no lado da família de sua mãe. Por conta disso, ele declarou ao médico de que queria aniquilar toda a sua linhagem.

4. O poeta John Clare

(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)
Apesar de ter saído por um período, John Clare viveu seus últimos anos de vida no sanatório de Northamptonshire. (Fonte: Wikimedia Commons)

John Clare chegou a ser descrito como o melhor poeta rural da Inglaterra, por conta de seu talento para escrever sobre a beleza natural dos campos. Nascido em 1793, ele foi filho de trabalhadores rurais e publicou seu primeiro livro em 1820.

Clare lutou durante toda a vida para se sustentar, o que o afetou tanto física quanto mentalmente. Em 1836, seu médico recomendou que ele se isolasse em um sanatório em Essex para se recuperar. Foram cinco anos lá, até que um dia ele simplesmente resolveu sair e andar a pé. Cinco meses depois, ele voltou para o Northampton Lunatic Asylum, onde viveu os últimos 23 anos de sua vida. 

Melancolicamente, John Clare descreveu o lugar como "o inferno purgatório e a bastilha francesa da liberdade inglesa, onde pessoas inofensivas são presas e torturadas até morrerem".

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