Ciência
11/09/2012 às 04:50•3 min de leitura
(Fonte da imagem: Thinkstock)
Imagine que alguma dessas teorias malucas sobre o fim do mundo é confirmada como sendo verdadeira e precisássemos de um novo planeta para morar. Será que seria possível construir um mundo habitável do nada, como se fosse uma casa nova? O pessoal do site Ask a Mathematician pensou nessa possibilidade, e trazemos para você como seria levar a cabo tamanha empreitada.
De acordo com o site, em teoria não existe nada que nos impeça de construir um mundo novo, e podemos tentar fazer isso de duas formas: com os superpoderes de um criador de universos ou trabalhando como verdadeiros construtores.
Se tivéssemos superpoderes, só precisaríamos juntar alguns cometas, asteroides e poeira cósmica, ou seja, comprimir rochas, pó e gelo para dar origem a uma massa coesa enorme que, além de tudo, também produziria bastante energia e liberaria calor suficiente para manter o novo planeta fundido por bastante tempo, igualzinho à Terra.
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Entretanto, imagine que, em vez de ter superpoderes, sejamos meros empreiteiros e decidamos utilizar técnicas convencionais de construção, começando do zero e montando um andaime gigante no local onde desejamos posicionar o novo planeta.
Depois de montar o andaime e de descarregar um pouco de material para dar início à construção, teríamos que considerar alguns fatores, como a cara que o novo mundo teria, a quantidade de tempo para finalizar uma obra desse tamanho, onde conseguir todo o material necessário e, claro, se tanto trabalho realmente vale a pena.
Assim, consideremos em primeiro lugar a topografia do planeta, ou seja, todas as formas e detalhes geográficos presentes na superfície. Essa parte seria a mais fácil, pois a própria humanidade se encarregaria desse trabalho. Afinal, o homem é a maior força que já existiu responsável por modificar o terreno, ultrapassando a ação da erosão, vulcanismo, rios e glaciares juntos.
O tempo seria, provavelmente, o maior problema, pois considere o tamanho da obra! Além disso, pense na dificuldade de transportar e mover os materiais necessários — não se esqueça de que teremos que mover rochas incrivelmente grandes para criar continentes, por exemplo. Uma forma de agilizar o processo seria utilizar a gravidade assistida em vez de tentar empurrar tudo com o uso de força mecânica.
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A gravidade assistida — que é utilizada por naves espaciais para alterar a própria trajetória e velocidade ao tirar proveito do movimento e gravidade natural de outro planeta — permitiria que pudéssemos eventualmente posicionar grandes blocos de rochas nos locais designados mais depressa. Mas, ainda assim, e sendo bem otimistas, levaríamos alguns séculos para concluir essa parte do projeto.
Depois que tivéssemos uma boa parte do planeta construída, ele provavelmente passaria a ter a sua própria força da gravidade, o que facilitaria bastante a tarefa de posicionar objetos em sua superfície, além de permitir que arrastássemos alguns asteroides e até várias luas com superfoguetes, que ficariam presos ao nosso campo gravitacional e enfeitariam o céu.
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Depois que um sistema solar é formado, ele funciona como um condomínio que acabou de ser construído, ou seja, não existe muito material de construção dando sopa por aí. Portanto, a melhor fonte para encontrar os produtos necessários provavelmente seria a Nuvem de Oort, um local hipotético do Universo onde se acredita que exista uma gigantesca quantidade de poeira cósmica.
Contudo, para chegar até Oort, teríamos que nos deslocar para muito, muito longe — o que nos tomaria muito, muito tempo —, além de significar que daria o maior trabalho empacotar e despachar toda a poeira cósmica necessária para construir um mundo inteiro.
Por outro lado, se quiséssemos economizar a viagem até a Nuvem de Oort, poderíamos pensar em “pegar emprestadas” algumas luas dos nossos planetas vizinhos. Entretanto, caso isso fosse possível, todas as luas de Júpiter juntas, por exemplo, seriam suficientes para construir aproximadamente 1/15 da Terra. Será que não existe algum outro fornecedor por aí?
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Embora seja “teoricamente” possível construir um mundo novo, na prática seria infinitamente mais simples e realista encontrar um planeta próximo ao nosso sistema solar que reunisse a maioria das características necessárias para suportar a vida — e fazer algumas “reforminhas” e adaptações — do que construir uma nova Terra totalmente do zero.
Fonte: Ask a Mathematician