Por que o mundo gira quando ficamos bêbados?

13/10/2016 às 05:052 min de leitura

É aquela coisa: dizem que quem enche a cara quer mesmo é passar mal; caso contrário, tomaria leite. Ainda que tomar um porre não seja uma atitude muito inteligente, especialmente em termos de saúde e segurança, a verdade é que muita gente bebe além da conta de vez em quando, e os sinais de embriaguez incluem falta de equilíbrio, mudança de comportamento, enjoo e, claro, a sensação de que tudo está girando.

Essa impressão de que as coisas estão girando, que faz com que muito bêbado por aí acabe preferindo ficar deitado ou sentado, acontece pelo efeito que o álcool tem em nossos ouvidos, mais especificamente na região minúscula chamada labirinto membranoso, que armazena o líquido endolinfa, responsável por nos manter em equilíbrio.

À medida que nos movimentamos, a endolinfa vai se ajustando de modo a ficar nivelada dentro dessa estrutura que temos em nosso ouvido interno. Essa estrutura é formada por cílios minúsculos, que são como cabelos bem pequenos. O excesso de álcool faz com que esses cabelinhos se curvem, alterando os sinais que eles mandam ao cérebro – esses sinais nos ajudam a manter o equilíbrio e não cair quando sentamos, levantamos e andamos.

Efeitos do álcool

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Encher a cara altera a qualidade desses sinais, o que nos causa tontura e afeta nossa noção de espaço. O álcool deixa o sangue mais fino, e, quando esse sangue vai para o centro do ouvido, acaba criando uma diferença de densidade entre os líquidos da região, distorcendo até mesmo o formato dos canais do labirinto membranoso.

Toda essa interferência faz com que os cílios se curvem, como falamos anteriormente, e façam seu cérebro entender que você está girando, mesmo que esteja totalmente parado. Essa alteração de noção de movimento faz com que você tenha a noção de que o local onde resolveu entornar os canecos está girando também. Ou seja: parece que tanto você quanto o ambiente estão em movimento rotatório.

Nessas situações, a pessoa bêbada pensa em deitar e/ou fechar os olhinhos, certo? Certo, mas essa solução não é nada inteligente e só piora as coisas, afinal essas atitudes fazem com que você simplesmente perca as referências físicas e visuais que podem auxiliar seu cérebro a perceber que, na verdade, as coisas não estão se mexendo. O que ajuda, então, é manter os pés no chão e olhar fixamente para algum objeto – e não beber tanto assim, é claro.

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