Estilo de vida
12/04/2017 às 08:44•2 min de leitura
Embora a humanidade já observe os pássaros há tempos e sua capacidade de voar tenha inspirado uma série de criações e tecnologias – incluindo, claro, o avião –, o modo exato como eles seguem pelo ar ainda está envolto em um pouco de mistério. Ou, pelo menos, estava. Isso porque cientistas de Stanford resolveram desmistificar o tema com a ajuda de um equipamento nada humilde.
A ideia, com isso, foi levantar microdetalhes do voo desses animais, analisando o modo como eles reagem e se adaptam às mudanças inesperadas nas correntes de ar e, com sorte, usar essas informações para outros tipos de projetos que envolvem aerodinâmica em alto nível de precisão. Um exemplo de aplicação? “Precisamos realmente entender como os pássaros conseguem fazer o que os drones não conseguem”, explicou Marc Deetjen, um dos idealizadores do estudo.
Ciência ou arte?
Uma das grandes questões nesse sentido é descobrir o formato exato das asas quando as aves voam. Para levar essa empreitada adiante, Deetjen e o professor de engenharia David Lentink escolheram um combo formado por projetor e câmera de alta velocidade de captura. Chamada de “padrão de luz”, essa técnica consegue registrar qualquer forma ou onda no ambiente ao observar as distorções na linha da tabela projetada em pleno ar. De quebra, a dupla usou um periquito branco, Gary, para tornar essa visualização ainda mais clara.
A descoberta foi bastante surpreendente
O que eles aprenderam com Gary até então? Que o ângulo de ataque das aves – basicamente o ângulo que o ar bate nas asas – é bem alto e agressivo. A descoberta foi bastante surpreendente porque, caso fosse reproduzida por um avião, isso resultaria no veículo parando completamente e caindo como uma pedra ou acabaria com as suas asas sendo despedaçadas no meio do voo. No caso do simpático periquito, ele não só lidou com a força em questão como converteu a energia em um impulso ainda maior para o alto.
Versão 3D de Gary
Para responder por que essa e outras ações ocorrem desse jeito, a equipe pretende realizar novos estudos e aprimorar ainda mais o equipamento de captura – possivelmente utilizando múltiplas câmeras para fazer um registro 360 graus da cena.
Via TecMundo.