Ciência
29/12/2016 às 12:07•2 min de leitura
Em 1750, Paris se viu envolvida em um escândalo: crianças começaram a desaparecer misteriosamente. Muitos pais acharam que elas estavam sendo sequestradas pelo rei Luis XV, para ele tratar sua hanseníase. Na época, acreditava-se que a cura da lepra – antigo nome pelo qual a doença foi estigmatizada – estaria em banhos diários de sangue infantil.
Entretanto, a realidade era um pouco diferente. Policiais da época recebiam por prisões feitas para “limpar” as ruas. Dessa forma, eles abusaram do poder em busca de uma grana extra e levaram crianças para detenções fora da cidade. No fim das contas, elas retornaram aos seus lares.
Boato dizia que rei usava sangue de crianças para curar a lepra
Dois pequenos tremores de terra assustaram os londrinos no começo de 1761 – tanto que videntes da época propagaram a ideia de que se tratava apenas de uma preparação para um gigantesco terremoto, que iria assolar a cidade em 5 de abril daquele ano. O pânico foi generalizado, e muitos habitantes fugiram da cidade às vésperas da catástrofe. No fim das contas, nada aconteceu.
A possibilidade de um grande terremoto assustou os moradores de Londres em 1761
No século 14, no auge da peste negra, surgiu o boato de que o demônio estaria protegendo os judeus de morrerem em decorrência dessa doença. Para isso, eles teriam que envenenar os poços artesianos dos cristãos, o que levou a uma perseguição religiosa. No ano 1321, em Guienne, na França, por exemplo, estima-se que 5 mil judeus foram queimados vivos acusados dessa prática que, obviamente, nunca existiu.
Ideia de que judeus envenenavam poços cristãos causou terror e perseguição na Idade Média
Durante uma época, na Indonésia, acreditava-se que grandes construções necessitavam de cabeças humanas como uma espécie de oferenda para o sucesso na empreitada. Por isso, em 1937, rolaram rumores de que um “caçador de cabeças” estaria à solta para decapitar pessoas em prol da construção de um cais. Em Bornéu, a história se repetiu em 1979, durante a construção de uma ponte, e 1981, quando da edificação de uma petroleira. Em todos os casos, os moradores ficaram com medo de sair às ruas.
Construções necessitavam de decapitações para terem o sucesso garantido
Em 1996, no Egito, circulou o boato de que o governo de Israel estava secretamente implantando chicletes afrodisíacos chamados “Aroma” e “Splay”, que fariam com que os universitários praticassem grandes orgias. Essa seria uma forma de corromper a juventude egípcia, de acordo com parlamentares que denunciaram o caso. Para evitar uma maior propagação da goma de mascar, mesquitas tinham alto-falantes alertando para a suposta droga. No ano seguinte, o boato ressurgiu na Faixa de Gaza, mas o chiclete transformaria as mulheres em prostitutas – instantaneamente, é claro! Bizarro...
Um chiclete afrodisíaco não parece ser algo tão ruim, não acham?
Novamente na Indonésia, outro caso macabro: o país enfrentava uma forte crise em 1998, levando a vários protestos nas ruas. Porém, na zona rural, um boato de que o colapso econômico era culpa de erros cometidos por feiticeiros no passado gerou uma caça às bruxas igual à da Idade Média. Centenas de pessoas consideradas curandeiras foram mortas para tentar tirar o país do buraco.
Feiticeiros foram perseguidos e mortos para tentar conter a crise econômica
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