Ciência
12/08/2019 às 07:00•2 min de leitura
Descobrir a fundo como o universo se desenha em um espaço infinito com incontáveis galáxias faz da exploração espacial o ponto chave da astronomia. E foi justamente essa sede por desvendar que fez com que cientistas encontrassem 39 galáxias antigas até então desconhecidas.
Utilizando telescópios de ponta, combinando a força de diferentes observatórios espalhados pelo mundo e ainda telescópios espaciais, cientistas descobriram 39 galáxias que se tornaram difíceis de encontrar com o passar dos anos – muitos anos – e à medida que o universo envelheceu. Difícil, mas não impossível. Além de identificá-las, os cientistas descobriram ainda que, há bilhões de anos, essas galáxias estavam intimamente ligadas por buracos negros supermassivos.
Segundo o pesquisador Tao Wang, da Universidade de Tóquio, uma das envolvidas no estudo, essa é a primeira vez que um número grande de galáxias maciças foi confirmado desde os primeiros 2 bilhões de anos, dos 13,7 bilhões de anos do universo. "Esta descoberta contraria os modelos atuais para esse período de evolução cósmica e ajudará a adicionar alguns detalhes que estão faltando até agora", complementou.
Telescópios de ponta ajudaram a desvendar imagens que poderiam ter se perdido, como os do ALMA (Atacama Large Millimeter Array), nos Andes chilenos. Com 66 antenas de alta precisão, é o maior projeto astronômico de base terrestre do mundo.
As galáxias descobertas têm uma luz mais fraca, devido à expansão que ocorreu à medida que o universo cresceu, tornando-se “esticada”. Os cientistas tiveram ainda que combater o pó que obscurece a visão das galáxias distantes.
O professor Kotaro Kohno explicou ainda que quanto mais massiva é uma galáxia, mas massivo é o buraco negro em seu coração e a descoberta e o estudo dessas galáxias poderão informar mais sobre a evolução dos buracos negros e a distribuição das próprias galáxias.