Ciência
14/08/2020 às 06:30•2 min de leitura
Uma estudante de mestrado da Universidade da Califórnia inventou uma “roupa gravitacional” que pode ser a solução para impedir que a microgravidade afete severamente os astronautas escolhidos para serem os primeiros a pisar em Marte, depois de uma viagem de sete a nove meses.
O traje usou a Terceira Lei de Newton para compensar a microgravidade no espaço.
Os efeitos da redução da gravidade são devastadores: os ossos perdem sua densidade a uma taxa de 1,5% por semana, e os músculos se atrofiam até 25%, principalmente os das costas e o das panturrilhas (a chamada batata da perna).
Os fluidos do corpo (como o que banha a medula espinhal) se acumulam na parte superior do corpo, e a quantidade de sangue circulando no organismo diminui – isso leva à redução da oxigenação do cérebro e ao enfraquecimento do músculo cardíaco.
A roupa desenhada pela engenheira de biomedicina Neeki Ashari, baseada na Terceira Lei de Newton (que diz que “toda ação corresponde a uma reação de igual intensidade, mas em sentido oposto”), aplica pressão negativa na parte inferior do corpo (no diagrama, Lower Body Negative Pressure, ou LBNP).
A força exercida na parte inferior melhora a circulação sanguínea e pode diminuir a perda óssea e muscular dos astronautas.
Quando posto em uso, o equipamento empurra o sangue para a parte inferior do corpo, gerando ainda forças de reação a partir do chão e ajudando a manter a densidade muscular e óssea dos astronautas em órbita da Terra.
"O traje é semelhante a uma calça. A pressão negativa é gerada por um sistema de vácuo portátil, garantindo total mobilidade e controle do usuário. Além disso, é equipado com um sistema de controle de pressão e temperatura, além de três recursos de segurança”, explicou a engenheira.
O projeto da "roupa gravitacional" foi financiado pela NASA, e ela pode ser usada brevemente pelos pesquisadores a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS).
Traje de gravidade móvel pode viabilizar longas viagens espaciais via TecMundo