Japão reduz jornada de trabalho para incentivar povo a fazer filhos

11/12/2024 às 18:002 min de leituraAtualizado em 11/12/2024 às 18:00

O Japão tem a população mais velha do mundo: cerca de 10% das pessoas do país têm mais de 80 anos. Por conta disso, o governo tem se preocupado em aumentar as taxas de natalidade, já que há cada vez menos bebês vindo ao mundo por lá.

E uma das estratégias é interessante: os governantes estão analisando formas de reduzir a jornada de trabalho para quatro dias por semana para estimular mais nascimentos.

A natalidade e o trabalho

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A diminuição na jornada de trabalho pode estimular o aumento da natalidade. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

A decisão se baseia em estudos que mostram que a rotina de trabalho em quatro dias pode ajudar a saúde mental dos funcionários, aumentar a produtividade geral e até reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa. Por conta disso, a cidade de Tóquio optou por oferecer aos funcionários estaduais fins de semana de três dias.

Além dos benefícios à saúde e ao meio ambiente, há outra esperança: de que isso estimule o nascimento de mais bebês. Isso foi declarado publicamente por Yuriko Koike, governadora de Tóquio, quando anunciou a mudança nessa política durante uma sessão regular da Assembleia Metropolitana. Em seu discurso, a governadora esclareceu que os horários flexíveis são destinados a todos os trabalhadores, mas que a mudança é particularmente voltada para potenciais novas mães.

"Continuaremos a revisar os estilos de trabalho de forma flexível para garantir que as mulheres não tenham que sacrificar suas carreiras devido a eventos da vida, como parto ou criação de filhos; empoderar as mulheres, uma meta que ficou muito atrás do resto do mundo, tem sido uma questão de longa data em nosso país", declarou Koike para o jornal The Japan Times.

O governo ainda deve anunciar outros projetos, que envolvem o aumento na disponibilidade de creche e em fundos para congelamento de óvulos.

O problema da natalidade no Japão

(Fonte: GettyImages / Reprodução)
 Governo japonês adota políticas para aumentar o número de nascimentos. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

O Japão enfrenta um problema sério de natalidade. Por conta disso, a capital Tóquio, que tem 14 milhões de habitantes, já aprovou leis que obrigam as empresas a oferecer opções de horários flexíveis para pais de crianças pequenas, como trabalho remoto e horários reduzidos. Outras prefeituras estão estudando o lançamento de planos semelhantes de semana de trabalho de quatro dias em um futuro próximo para os funcionários municipais.

O problema da natalidade traz muitas consequências para o país, como a escassez de mão de obra devido à diminuição dos nascimentos e ao envelhecimento dos residentes. O Japão hoje tem a população média mais velha do mundo: uma em cada 10 pessoas tem mais de 80 anos. Já o Ministério da Saúde e Bem-Estar registrou seu oitavo ano de redução das taxas de natalidade em 2023, com apenas 758.631 bebês nascidos, sendo que o país é formado por 124 milhões de pessoas. 

Isso fez com que os governantes, como o então primeiro-ministro Fumio Kishida, descrevessem a situação como "a maior crise que o Japão enfrenta". Para lidar com essa situação, várias empresas têm investido na automação, como forma de compensar menos trabalhadores humanos. O fato é que essa é uma preocupação que deve demorar para passar no país asiático, já que pode afetar o futuro de todos.

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