Ciência
03/11/2023 às 14:00•2 min de leitura
Pela primeira vez, casos de gripe aviária foram registrados na Antártica. A informação foi confirmada pelo instituto de pesquisa British Antarctic Survey (BAS) no último dia 23, e representa um perigo para as diferentes espécies que habitam o continente.
Os casos ocorreram em Bird Island, território britânico, onde aves skua marrons foram encontradas mortas. O resultado dos testes realizados gera preocupação devido ao risco que a doença se espalhe para outras regiões e afete um número maior de animais, incluindo alguns que já se encontram ameaçados de extinção e que não possuem contato prévio com o vírus, como os pinguins.
Região em que as skua marrons foram encontradas mortas é conhecido por ser um local em que diversas aves se reproduzem. (Fonte: Getty Images)
Acredita-se que o vírus da gripe aviária tenha chegado ao continente por meio de aves migratórias vindas da América do Sul. Vale destacar que não se trata de um caso isolado, dado que a morte de mais de 500 mil animais já foi documentada ao longo do último ano. Mas, uma vez presente no continente antártico, a situação ainda pode se agravar.
Diante desse cenário preocupante, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também emitiu comunicado sobre o aumento de casos de H5N1 em mamíferos. A preocupação é que o vírus sofra alguma mutação que o torne mais transmissível entre humanos futuramente, dado que esse tipo de infecção é tida como uma possibilidade rara até então.
Nos poucos casos registrados, o contágio aconteceu devido ao contato direto com aves infectadas. A recomendação é que, para reduzir esse risco, as pessoas não tenham qualquer tipo de contato com animais silvestres doentes ou mortos encontrados nas praias. Ao longo do mês de outubro, casos de gripe aviária também foram registrados no Brasil.
Morte massiva de animais na América do Sul indica aumento de casos da doença. (Fonte: Getty Images)
Mais de 500 leões-marinhos e lobos-marinhos foram vítimas da gripe aviária no estado do Rio Grande do Sul nas últimas semanas. Os casos se espalharam no litoral norte, passando pela cidade de Torres, e também mais próximo da divisa com o Uruguai, em Santa Vitória do Palmar.
O próprio Uruguai ainda figura entre os locais em que há focos de contaminação do vírus. Ao todo, são quatro focos de influenza que estão sendo acompanhados pelas autoridades no sul brasileiro. Os mamíferos infectados estão sendo enterrados, visando reduzir a possibilidade de transmissão da doença.
Pensando nisso, a recomendação fornecida à população é que os cuidados sejam estendidos aos animais domésticos, para que eles não sejam levados até as praias. Em comunicado, o governo do estado do Rio Grande do Sul destaca a importância dessa medida, dado que cães e gatos também podem ser contaminados.