Povoado norueguês pode ser destruído por tsunami em meses

08/11/2023 às 14:002 min de leitura

A paisagem do povoado de Geiranger, na Noruega, parece ter saído de uma fotografia premiada. Lagos de água azul cercados por imponentes e belas montanhas. Não por acaso, o local atrai milhares de turistas todos os anos. Apesar de lindo, esse povoado parece estar condenado à destruição, diante da possibilidade de um tsunami com cerca de 90 metros de altura reduzir o local a escombros.

Assim como outros povoados noruegueses, Geiranger é banhado por águas do mar que formam um fiorde. Um fiorde é um braço do oceano longo e fino, cercado por montanhas. Nesse tipo de formação, qualquer rocha que cai na água é capaz de criar ondulações que colocariam em risco à vida de banhistas e pescadores — e é isso que preocupa os moradores e as autoridades.

Há uma rachadura nesse fiorde chamada Åkernes. Ela tem cerca de 70 metros de profundidade, mas está crescendo cerca de nove centímetros ao ano. Isso fez dessa rachadura uma das mais perigosas do mundo.

Tsunami pode atingir o vilarejo em meses

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Para você ter ideia do poder de destruição que está por vir, vamos comparar a situação norueguesa a um desastre que ocorreu no Brasil. Em 2022, uma rocha se soltou de um paredão que cerca um lago na cidade de Capitólio, em Minas Gerais. O impacto da água atingiu as embarcações de turistas, deixando mortos e feridos.

No caso brasileiro, a rocha caiu sobre um lago. Ainda que tenha contribuído para a criação de ondas, a largura do lago também ajudou a controlar a altura e a força das ondulações. Por outro lado, a estrutura de um fiorde não permite essa dissipação quando uma rocha cai. Assim, a água vai se acumulando e ganhando cada vez mais altura, criando uma onda gigantesca.  

Não há dúvidas que a rachadura de Åkernes continuará crescendo até se desprender das montanhas e criar o tsunami. A questão é quando isso ocorrerá. Pode ser em alguns meses, mas também pode demorar décadas. Acreditando na possibilidade de que o acidente não ocorrerá em breve, os moradores do vilarejo se recusam a ir embora.

Ainda assim, autoridades monitoram a área. Caso o pior ocorra, alarmes soarão para que a população fuja do local o mais rápido possível.

Mudanças climáticas aceleram o processo

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

A erosão das rochas é um processo natural — a água e o vento são agentes poderosos nesse trabalho. Todavia, as mudanças climáticas estão derretendo o gelo das montanhas norueguesas e aumentando as chuvas. Com mais água penetrando pelas rochas, o processo de erosão tem se acelerado, para o azar dos moradores de Geiranger.

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