Ciência
04/11/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 04/11/2024 às 09:00
Nós, seres humanos, convivemos com os gatos há milhares de anos. Por mais que haja alguma controvérsia sobre isso, eles sempre foram bons parceiros, nos fazendo companhia com seus ronronados e com a sua presença nas nossas vidas.
Mas agora os pesquisadores estão mapeando quais são os efeitos dos felinos para a nossa saúde. E descobriram que ter esses bichinhos por perto pode ser altamente benéfico para nós, tanto para o nosso bem-estar físico quanto mental. Mesmo assim, há alguns riscos nessa convivência.
Existe uma piadinha recorrente de que os gatos não pertencem realmente aos seus tutores, e que, ao invés de donos, eles teriam "funcionários". Isso sugere que, no fundo, eles não se conectam aos seus parceiros humanos.
Porém, vários estudos já mostraram que as pessoas que convivem com gatos se sentem mais amadas. Em um estudo feito na Holanda com 1.800 donos de gatos, metade dos entrevistados disse que considera seu o gato como parte de sua família. Um em cada três enxergava o seu animal como um filho ou melhor amigo.
Já um estudo feito nos Estados Unidos desenvolveu uma escala de "vínculo familiar", constatando por fim que os gatos eram uma parte tão importante das famílias quanto os cães – o que contraria o que muita gente pensa (especialmente os que têm cachorros, claro).
Já é sabido que ter um animal de estimação está associado a sentir um menor isolamento social. Os tutores dos felinos relatam que cuidar deles aumenta seus sentimentos de prazer e senso de propósito.
Mas estudos comprovaram que esses benefícios se conectam à relação que a pessoa mantém com os seus bichos. Um deles analisou diferentes estilos de relacionamento entre humanos e gatos, a partir de categorias como "remoto", "casual" e "codependente". Por fim, a pesquisa descobriu que pessoas cujo relacionamento com seu gato era codependente ou como um amigo tinham uma conexão emocional bem maior com ele.
Essa parceira pode trazer benefícios à saúde física: vários estudos pontuaram que as pessoas que cuidam de gatos podem ter menor risco de morrer de doenças cardiovasculares, como derrame ou infarto. Ter um bichano também já foi associado a mudanças positivas na microbiota intestinal, especialmente nas mulheres.
E há, claro, os benefícios psicológicos. Ter um gatinho pode reduzir os sintomas de depressão. Vale lembrar, porém, que esse resultado foi verificado em um período curto de tempo, e não é possível afirmar que esse contato causa efeitos a longo prazo.
Em pesquisas qualitativas, pessoas relataram que cuidar de seus felinos pode se tornar sua principal objetivo na vida. Isso foi evidenciado, por exemplo, em um estudo feito com veteranos de guerra, que mostraram que os gatos trouxeram melhorias na ansiedade, depressão e insônia.
Contudo, essa relação pode trazer alguns revezes – como tudo na vida, afinal. Caso o seu gato fique doente, o fardo de cuidar dele pode ter um impacto negativo em sua saúde mental. Um estudo realizado com tutores de gatos com epilepsia mostrou que um terço deles experimentava um nível clínico de sobrecarga de estresse que os atrapalhava diariamente.
E, claro, vale por fim lembrar que os gatinhos podem transmitir algumas doenças. Eles são os principais hospedeiros da toxoplasmose, doença causado por um parasita excretado nas suas fezes. Essa doença pode ser perigosíssima para mulheres grávidas, podendo levar ao aborto espontâneo ou natimorto, além de causar problemas para o bebê, como cegueira e convulsões.
Mesmo assim, não se pode dizer que, no saldo, a convivência com eles é mais positiva que negativa. Por isso, se você vive com o seu gatinho, fique tranquilo e desfrute dessa parceria.