Ciência
28/11/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 28/11/2024 às 09:00
Fenômeno supostamente exclusivo do nosso planeta. as placas tectônicas, estruturas geológicas gigantescas, se movem, se fundem e dividem sob os nossos pés. No entanto, além dessa ação cataclísmica, elas podem ser responsáveis essenciais para a vida na Terra. Segundo cientistas, os movimentos removem o carbono da atmosfera, enquanto trazem minerais essenciais para a superfície.
Quanto à origem desses blocos titânicos, não existe ainda um consenso. Alguns afirmam que eles surgiram há 700 milhões de anos, quando organismos multicelulares já habitavam o planeta. Outros defendem que a formação das placas pode ter ocorrido bem antes, logo após a formação da Terra, durante o éon Arqueano.
A falta de evidências geológicas dificulta a aferição exata da origem das placas. Hoje, menos de 7% das rochas têm mais de 2,5 bilhões anos, sendo que os primeiros 500 milhões de anos de existência do nosso planeta não deixaram uma lasquinha de basalto sequer para análise.
Os geocientistas que defendem a importância crucial das placas tectônicas na evolução da vida planetária propõem que elas possam ter permitido taxas mais rápidas de evolução, ao dividir habitats existentes e criar novos ambientes e nichos ecológicos.
Essas características permitiram também a recuperação da vida após extinções em massa, como a ocorrida no período Permiano, que dizimou 90% das espécies.
Análises químicas de rochas indicam existência precoce das placas tectônicas, pois, há 3,8 bilhões de anos, uma mudança na química dos minerais mais antigos transformou a crosta terrestre em uma estrutura menos rígida. Além disso, zircões microscópicos apontam para a existência de oceanos há 4,4 bilhões de anos, sugerindo uma possível reciclagem da crosta, enfraquecida pela água, já no Hadeano.
Novos estudos apontam para possíveis origens das placas tectônicas. Um deles, publicado no início do ano, propõe que o gigantesco impacto que formou a Lua, cerca de 100 milhões de anos após a formação da Terra, pode ter criado plumas de material quente no manto que iniciaram a subducção 200 milhões de anos depois.
Para o autor principal, Qian Yuan, do Instituto Tecnológico da Califórnia, o evento poderia explicar por que a Terra é o único planeta rochoso com placas tectônicos. Já T. Mark Harrison, professor emérito de geociências da UCLA, afirmou à Live Science que "a última coisa de que precisamos é de uma nova forma de pensamento de grupo baseada, literalmente, em um dedal cheio de grãos de areia [os zircônios]".
Seja como for, compreender a geologia das placas tectônicas pode ser fundamental na compreensão do surgimento e manutenção da vida em nosso planeta, e também na busca por vida extraterrestre, dizem os estudos mais recentes.