Artes/cultura
16/12/2017 às 04:00•3 min de leitura
A autora até tinha uma suposta influência no roteiro do longa-metragem, mas várias de suas anotações foram sumariamente ignoradas. Uma das coisas que Pamela Lyndon mais odiava era a insistência dos estúdios Disney em manter as cenas de animação de “Mary Poppins”. Ela passou a maior parte da estreia chorando e não deixou que outros filmes com a personagem fossem adaptados para a telona.
Apesar de ser idolatrado por muitos cinéfilos, “O Iluminado” desagradou seu autor. Stephen King disse que apesar de admirar demais o diretor Stanley Kubrick, ele não conseguiu captar a essência sobrenatural e maquiavélica do próprio Hotel Overlook. Ao invés disso, preferiu apostar na maldade humana dos personagens. Nem mesmo Jack Nicholson escapou das críticas: seu papel não era para ser o de um lunático, como aconteceu no longa-metragem.
O filme juntou alguns dos maiores galãs dos anos 90, como Tom Cruise, Brad Pitt e Antonio Banderas, mas Anne Rice disse que não haveria elenco mais bizarro para sua obra. Apesar disso, ela mordeu a língua e aceitou que Cruise teve uma boa atuação como o vampiro Lestat. Já “A Rainha dos Condenados” foi odiado pela autora, que pediu para seus fãs não assistirem ao filme.
É com a frase “Nunca deixe ninguém fazer um filme sobre a história de sua vida” que o segundo livro de “Forrest Gump” começa. A revolta do autor é porque os produtores do filme teriam alterado demais a sua obra original. Para piorar a relação de Groom e Hollywood, ele não recebeu os 3% sobre os lucros do filme e sequer foi citado nos discursos de agradecimento do Oscar – “Forrest Gump” arrecadou US$ 677 milhões ao redor do mundo e ganhou seis estatuetas.
Você ainda sonha com uma versão cinematográfica de “O Apanhador no Campo de Centeio”? Então pode ir tirando seu cavalinho de chuva: depois de “Meu Maior Amor”, o escritor prometeu que nunca mais permitiria que outra obra sua fosse adaptada para as telonas.
Sejamos justos: Burgess não odiou apenas a versão cinematográfica de “Laranja Mecânica”, já que ele também se arrependeu de ter escrito o livro no qual o filme foi baseado. Apesar de pensar em um jogo mental para suas escritas, Anthony Burgess diz que o longa-metragem glorificou a parte violenta e sexual de sua obra. “Isso vai me perseguir até eu morrer”, reclamou.
A reclamação principal do autor é que “Psicopata Americano” foi pensado para ser um livro em que o narrador é o centro de tudo – algo que não funcionou muito bem nas telonas. No longa-metragem, como a narrativa é mais visual, gera pouco espaço para sabermos se aquilo que o protagonista faz é real ou fruto de sua imaginação.
O autor odiou tanto o Willy Wonka interpretado por Gene Wilder que prometeu que nunca iriam fazer um filme da continuação de sua obra, intitulada “Charlie e o Grande Elevador de Vidro”. Isso não impediu que outros filmes baseados em livros de Dahl chegassem aos cinemas, como “James e o Pêssego Gigante”, “Matilda” e “O Fantástico Sr. Raposo”.
O filme é um dos três únicos a levar os cinco Oscars principais (filme, diretor, ator, atriz e roteiro), mas mesmo assim não agradou o escritor original da obra. A principal reclamação foi a mudança de narradora, que no livro ficava a cargo de Chefe Bromden, uma índia norte-americana que estava, desde a Segunda Guerra Mundial, internada no hospital psiquiátrico em que ocorre os eventos de “Um Estranho no Ninho”.
Não basta uma e nem duas adaptações ruins: Mateson detesta as três adaptações do livro “Eu Sou a Lenda”. O filme “Mortos que Matam” (1964) é o que mais segue a história do autor, mas falhas de direção e elenco fizeram com que ele se decepcionasse. Já “A Última Esperança da Terra” (1971) é o que menos incomoda, justamente por ter mudado praticamente tudo que Mateson escreveu. Por fim, o filme “Eu Sou a Lenda” (2007) destruiu completamente o final criado pelo escritor. Que sina, hein?
*Publicado em 16/2/2016