Artes/cultura
24/05/2017 às 02:00•3 min de leitura
O que você faria se tivesse muito dinheiro? Compraria uma casa gigante? Teria uma coleção de carros? Investiria em ações e imóveis? Ou, quem sabe, você doaria boa parte do seu dinheiro? Ou, melhor: será que você teria coragem de se desfazer de tudo? Essas últimas opções parecem as mais malucas de todas e, para algumas pessoas, talvez sejam mesmo. O fato é que há muita gente por aí que não tem ambições assim tão grandiosas e que usaram boa parte de seu dinheiro para quem realmente precisa. Confira:
Depois de enriquecer investindo em ações, Zell Kravinsky decidiu que seu dinheiro deveria servir para um propósito maior do que ficar acumulando juros de poupança. Em 2001, Kravinsky começou a doar não apenas dinheiro, mas também terras para instituições de caridade e, com o passar do tempo, US$ 45 milhões já tinham sido distribuídos.
Sua família e seus amigos o aconselharam a ir com calma nessa coisa de doar dinheiro, mas Kravinsky sempre deixou claro que tinha guardado o suficiente para fazer mais dinheiro quando precisasse e que, sempre que o valor ficasse alto demais, ele doaria novas quantias.
Não satisfeito, Kravinsky doou um de seus rins a um completo estranho que precisava de um transplante para viver. Quando decidiu ajudar assim tão profundamente, sua esposa ameaçou pedir o divórcio – ela só não fez isso porque o cantor Pat Boone, quando soube da situação, disse à mulher que perdoasse seu marido por ser “tão generoso”. Kravinsky afirmou que doaria qualquer parte de seu corpo para alguém que precisasse.
Tom Shadyac dirigiu filmes como “Ace Ventura: Detetive de Animais” e “O Professor Aloprado”, sempre esteve entre alguns dos grandes nomes do cinema mundial, tinha dinheiro e reconhecimento, mas não era uma pessoa feliz. Pelo contrário: ele se sentia vazio. Essa sensação só aumentou quando, em 2007, ele sofreu um grave acidente que o deixou pensando sobre a efemeridade da vida.
Em uma entrevista dada à apresentadora Oprah, Shadyac disse ter descoberto que o segredo para uma felicidade completa era viver de acordo com aquilo que ele acreditava e dividir tudo o que era excesso com os mais pobres. Foi assim que ele resolveu se desfazer de suas mansões e bens para comprar uma casa móvel e uma bicicleta. Depois de distribuir sua riqueza para o mundo, Shadyac passou a espalhar sua filosofia de vida.
Em uma declaração dada há alguns anos, o ex-diretor disse que sua escolha o transformou em uma pessoa verdadeiramente feliz, muito mais do que ele era quando vivia em função de Hollywood.
O britânico Brian Burnie sempre foi rico, mas também sempre doou parte de seu dinheiro à caridade. Quando sua mulher enfrentou o câncer de mama, Burnie resolveu fazer alguma coisa em prol das pacientes que passaram pelos mesmos problemas de saúde sem ter condições financeiras para fazer o tratamento.
Em 2009, Burnie vendeu um hotel e uma de suas casas. Com os US$ 26 milhões que conseguiu com isso, ele fundou sua própria instituição de caridade, voltada a acompanhar pacientes com câncer, sem qualquer tipo de cobrança.
Em 2012, o empresário vendeu mais uma casa, onde vivia com sua esposa. O imóvel valia US$ 1 milhão, e o dinheiro foi direcionado à sua fundação. Desde então, ele tem vivido uma vida sem luxos.
Chuck Feeney enriqueceu com muitas lojas em aeroportos. Desde sempre ele deixou claro que pretende doar toda a sua fortuna antes de morrer. Feeney já doou US$ 6,2 bilhões de seu império para instituições de caridade.
Um dos desejos do bilionário, além de morrer sem dinheiro, é inspirar outras pessoas muito ricas a doarem seus bens antes de morrerem. Aliás, ele já fez isso: foi graças às declarações desse cara que Bill Gates e Warren Buffett adotaram a mesma filosofia.
O magnata Yu Panglin anunciou, em 2010, que seus dois filhos não receberão sua fortuna depois de sua morte e que, em vez disso, ele iria doar o equivalente a US$ 470 milhões de sua fundação à caridade. A decisão do milionário foi tomada porque ele acredita que os filhos devem, assim como ele, trabalhar para conseguir dinheiro.
Para evitar maiores problemas e especulações, Panglin já disse que sua fortuna está sob os cuidados do banco HSBC, que deve administrar tudo quando ele morrer.
Panglin foi uma criança pobre e disse ter conhecido de perto as dificuldades enfrentadas por quem não tem dinheiro. Como conheceu os dois lados, o de pobre e o de milionário, Panglin preferiu não deixar nada para seus filhos, temendo, inclusive, que o dinheiro os corrompesse. Além disso, ele sempre acreditou que os filhos poderiam se virar muito bem sem o cartão de crédito do pai.
*Publicado em 9/9/2014
Você sabia que o Mega Curioso também está no Instagram? Clique aqui para nos seguir e ficar por dentro de curiosidades exclusivas!