Artes/cultura
09/01/2017 às 14:00•2 min de leitura
Em inglês, a expressão para fazer maratonas de séries é “binge watching” e ela foi considerada a palavra do ano de 2015 pelo renomado Dicionário Collins. Com a popularidade dos serviços de streaming, como a Netflix, esse comportamento de assistir às séries com uma velocidade absurda só tem aumentado.
Em 2013, a própria Netflix divulgou que 61% dos seus assinantes praticam maratonas de suas sérias favoritas. Para “Breaking Bad”, por exemplo, 75% das pessoas assistem aos sete episódios iniciais da primeira temporada em uma tacada só! O que pode ser uma diversão sem tamanho também pode ser algo que esteja acelerando a sua morte. Achou drástico? Então se liga nesses fatos:
A Universidade do Texas publicou um estudo no qual relaciona os maratonistas com a depressão e a solidão. Além disso, passar um final de semana inteiro assistindo a séries pode levar a sentimentos de tristeza e culpa, de acordo com o médico e professor Grant H. Brenner. Por fim, a doutora Carol Lieberman alerta para o fato de que viver intensamente uma série pode fazer com que a pessoa deixe a vida real de lado e sofra fisicamente com os anseios dos personagens retratados.
Nada melhor do que um petisco para acompanhar o seu programa favorito, certo? Bem, se isso não se tornar uma rotina pode até ser verdade, mas acontece que muitas das pessoas que fazem maratonas também passam bastante tempo comendo besteiras ultracalóricas, levando à obesidade.
De acordo com pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, cada hora em frente à TV aumenta em 3,4% o risco de desenvolver diabetes do tipo 2. Agora imaginou uma maratona com mais de 10 horas de duração de seu programa favorito? A saúde agradece se você não ficar tanto tempo parado.
Um estudo publicado no American Journal of Preventive Medicine diz que praticar maratonas diárias com cerca de 4 horas de duração aumenta o risco de desenvolver câncer em até 15%. A conclusão foi feita com base no tempo em que os maratonistas passam sentados: 43 pesquisas diferentes mostraram que pessoas que passam mais tempo sentadas do que em pé ou dormindo possuem um risco 24% maior de desenvolver câncer de cólon, 32% maior de câncer de endométrio e 21% maior de câncer de pulmão.
Televisores, computadores e smartphones produzem a luz fluorescente azul, que, segundo os pesquisadores, tem relação direta com a nossa produção de melatonina, o hormônio responsável pelo sono. Dessa forma, a superexposição a essas tecnologias pode resultar em dores de cabeça, vista cansada, desordem afetiva, disfunção imunológica, ansiedade e problemas de sono! Não precisa parar com tudo isso, mas maneirar a dose diária já é um bom começo.
Um estudo de 2013 mostrou que praticar maratonas constantes pode diminuir a contagem de espermatozoides no sêmen. Foram analisados os hábitos de mais de 100 homens para descobrir que aqueles que viam mais de 20 horas semanais de televisão possuíam uma quantidade de espermatozoides até 50% inferior em comparação aos que assistem a menos conteúdo midiático.
Por outro lado, os homens que praticam atividades físicas por mais de 15 de horas por semana possuem até 73% a mais da quantidade média de espermatozoides. Ou seja: se você está querendo ser pai, talvez seja uma boa hora para trocar as preliminares com suas séries favoritas para um pouco de musculação, academia ou corridinha, hein?