Artes/cultura
30/07/2014 às 07:42•5 min de leitura
Todo mundo se preocupa em cuidar do coração, dos rins, do fígado, enfim, de todos os órgãos, mas somente uma pequena porcentagem lembra de cuidar dos olhos. Eles também precisam ser muito bem lembrados para que a máquina do corpo humano possa operar perfeitamente, como obviamente tem que ser.
E, embora nem todos saibam, existem diversas doenças muito estranhas que podem acontecer com o seu olho. Todo cuidado é pouco. Por isso, é sempre bom visitar um oftalmologista periodicamente e fazer todos os exames necessários para que a sua saúde ocular esteja sempre em dia, evitando problemas como esses.
A hemolacria, conhecida por fazer a pessoa chorar sangue, é uma das doenças mais estranhas da área da oftalmologia. Dois casos foram muito conhecidos pela medicina: o de Calvino Inman que, em 2009, após chorar sangue, foi levado ao hospital porque seus pais achavam que ele estava morrendo. Após diversos exames, os médicos não constataram nenhuma anormalidade.
Outra vítima foi Michael Spann que, depois de sentir forte dor de cabeça, começou a sangrar pelos olhos, nariz e boca. Nele, também não foi constatada nenhuma coisa diferente, mas ele continua sangrando uma ou duas vezes por semana. Sua vida mudou radicalmente, porque ele não consegue nem mesmo fixar-se em um emprego.
Um estudo analisou quatro crianças com hemolacria, as quais eventualmente se recuperaram sem qualquer tratamento médico. Não está claro, ainda, o que causou tudo isso em Inman e Spann. O primeiro está se recuperando bem, enquanto o segundo ainda chora sangue várias vezes por semana.
A policoria é uma das condições mais raras do mundo. Em toda a história, pouquíssimos casos foram registrados. A sua causa é desconhecida e faz com que pessoas tenha duas ou mais pupilas em um dos olhos. As pupilas se situam todas na mesma íris, mas elas têm os seus próprios músculos e são capazes de operar de forma independente.
Porém, existe uma síndrome mais comum chamada pseudopolicoria, na qual a pessoa parece ter duas ou mais pupilas, mas trata-se de furos na íris. Uma mulher em Massachusetts parecia ter cinco pupilas em um olho. A condição não lhe causou grandes problemas de visão. Além da perda leve de visão, policoria não afeta o funcionamento interno do olho.
Essa condição é até bem conhecida e faz com que a pessoa tenha os olhos de cores diferentes um do outro. A maioria dos casos são hereditários, mas também pode ser adquirida mais tarde na vida. Heterocromia, em si, é benigna, embora possa ser um sintoma de uma doença subjacente, como a síndrome de Waardenburg.
Heterocromia pode manifestar-se de diferentes maneiras. Por exemplo: nem todos os casos envolvem cores diferentes em cada um dos olhos. Algumas pessoas podem ter os dois olhos da mesma cor, mas parte da íris pode ser vermelho ou marrom. Existem diversas outras formas na qual a condição se desenvolve.
Um homem austríaco teve sua visão alterada depois de nove meses que levou um soco no olho. O oftalmologista o examinou e encontrou uma catarata em forma de estrela. Outro caso aconteceu na Califórnia, em 2004, quando um eletricista levou um choque de 14.000 volts, afetando seu olho e causando a catarata em forma de estrela.
Essa forma é uma coincidência, já que diversos “desenhos” podem se formar no olho, pois a catarata é a ruptura da estrutura da lente do olho, fazendo com que ela se torne opaca em alguns lugares. Cirurgias podem ser feitas para solucionar o problema, mas quando há dano no nervo ótico, as lesões são permanentes.
O albinismo nada mais é que uma condição causada pela produção insuficiente de melanina, o pigmento que dá cor à pele e ao cabelo. Essa deficiência também afeta os olhos, que pode parecer vermelho ou rosa, como resultado dessa falta.
Na verdade, por não haver pigmento, os olhos não são realmente vermelhos. O que acontece é que a íris se torna transparente o suficiente para que os vasos sanguíneos apareçam, aparentando a cor avermelhada.
Infelizmente, por causa da falta de melanina, a retina se torna eficiente na absorção de luz. Isso faz com que a pessoa tenha fotofobia, uma resposta dolorosa e desconfortável por causa da luz brilhante e pode causar sérios danos aos olhos.
A maioria das pessoas vai ser exposta a alguma forma de herpes durante a vida, mesmo sem perceber, e o herpes ocular é exatamente o que parecer ser: herpes nos olhos. Ele é provocado pelo vírus da vericela-zoster, ou por herpes simples tipo 1, e diferente do herpes genital, ele não pode ser transmitido sexualmente.
Ele costuma aparecer em forma de uma ferida sobre a pálpebra e geralmente se curam dentro de uma semana, mas durante o tempo em que estão ativos, por assim dizer, causam vermelhidão, dores de cabeça e fotofobia.
O vírus também pode afetar a própria córnea, resultando em versões mais graves dos sintomas habituais. Em circunstâncias mais raras, o herpes pode aparecer até mesmo dentro do olho, causando perda temporária da visão.
Os tumores oculares costumam aparecer atrás do olho e já são suficientemente desagradáveis. Imagina então quando eles aparecem do lado de fora do olho? Esse tipo de tumor, chamado dermoids limbo, são quase sempre benignos e geralmente não provocam quaisquer problemas de visão, visto que raramente cobrem o centro da córnea.
Os médicos que já trataram de dermoids limbo — um oftalmologista típico pode ser um ou dois casos em sua vida — dizem que os pacientes muitas vezes não querem a cirurgia para remover, já que o tumor não é prejudicial, somente existe a possibilidade de um astigmatismo leve, enquanto a cirurgia pode ser bem mais perigosa.
Alguns tumores desenvolvem folículos pilosos, cartilagens e até mesmo glândulas sudoríparas. Um homem iraniano tinha um dermoid limbo no olho e teve que ser removido depois que, do tumor, começou a brotar pelos negros, causando um grande desconforto.
Mais uma condição natural do que uma constatação médica, a dilatação pode ser observada em qualquer pessoa. Quando o olho de alguém é exposto à luz forte, a pupila se amplia e contrai um ritmo lento, uma vez que se ajusta ao novo ambiente mais brilhante. Esta é a maneira normal da pupila reagir. Caso isso não aconteça, pode ser um sinal de problema de saúde.
Mas quando a dilatação acontece sem a ajuda de luz, isso pode indicar uma grande variedade de condições, incluindo neuro-sífilis e esclerose múltipla. Também pode ser associada a insuficiência renal e cirrose, e até mesmo aos tumores cerebrais.
No caso de uma paralisia ocular — condição muito mais comum do que todo mundo pensa—, o olho perde todas as funções sensoriais e motoras. Ela pode ser sintoma de várias doenças, como diabetes, doença arterial periférica, tumor na glândula pituitária ou até mesmo problemas cardiovasculares.
Também está associada com a síndrome de Kearns-Sayre, que também causa grandes doenças cardíacas. Outros sintomas dessas síndromes são convulsões e surdez, que geralmente atingem no final da adolescência.
Em casos mais raros, a paralisia do olho é um feito colateral da síndrome de Moebius, que paralisa todo o rosto. O tratamento para a paralisia ocular depende de causa subjacente. Se a causa for curável, a paralisia também será.
A síndrome do olho de gato é uma doença cromossômica extremamente rara e aparece logo no nascimento ou em alguma condição ao longo da vida. A síndrome tem esse nome por causa da semelhança com o olho do felino, a pupila se estreita e a íris é esticada. Porém, nem todas as pessoas que sofrem dessa síndrome têm essa anormalidade ocular.
Infelizmente, a síndrome do olho de gato também afeta os rins, coração, ouvidos e sistema esquelético. Ela também pode causar hiperatividade e deficiência mental leve. A condição pode ser detectada logo no início, uma vez que provoca atrasos de crescimento do feto. O tratamento varia de acordo com o fenótipo do doente e da gravidade dos sintomas. A anormalidade ocular não pode ser revertida, mas a visão pode ser melhorada com óculos.