5 métodos que seu cérebro usa para enganar você o tempo todo

26/01/2015 às 10:514 min de leitura

O cérebro humano é cheio de artimanhas e trabalha de maneiras curiosas para que seu corpo faça tudo do jeito certo e mantenha todas as funções biológicas do seu organismo em atividade constante. Por estarmos falando de mecanismos automáticos e que não dependem do seu controle, você talvez acabe se assustando, mas a verdade é que alguns deles se constituem de truques bizarros e enganosos. Conheça-os a seguir:

1 – A noção errada que você tem sobre suas habilidades

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Pessoas confiantes demais naquilo que fazem e que acreditam piamente que são ótimas em determinado assunto são, na verdade, apenas confiantes demais. Isso foi comprovado por um estudo publicado em 1999, quando David Dunning e Justin Kruger descobriram que as pessoas que são ruins em determinada atividade acham que, na verdade, são boas.

O inverso também funciona: as pessoas mais competentes geralmente acham que não são boas o suficiente. “Nas mais diversas áreas da vida, pessoas incompetentes não reconhecem o quão incompetentes elas são”, disse um dos autores do estudo. Isso acontece porque essas pessoas têm dificuldades para entender o que significa ser incompetente. Agora nos conte: isso faz sentido para você?

2 – A sensação de ser uma fraude

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Se você já teve a sensação de que suas competências e habilidades não existem e que, na verdade, não passam de uma mentira prestes a ser descoberta, pode respirar aliviado: você não é uma pessoa neurótica. Todos nós estamos sujeitos a experimentar a sensação de que não somos tão capazes quanto nos dizem.

Isso até tem nome: síndrome do impostor. A primeira vez que esse padrão de comportamento veio à tona foi em 1978, quando Pauline Rose Clance e Suzanne Imes, da Universidade Estadual da Georgia, repararam que muitas mulheres de sucesso tinham a sensação de que eram uma fraude. Essa sensação foi observada em muitas outras pessoas: independente de suas conquistas e capacidades, todas acreditavam que estavam enganando alguém, que não eram tão capazes assim.

No início, as pesquisadoras acharam que essa sensação era mais comum em mulheres do que em homens, mas pesquisas posteriores acabaram descobrindo que os dois gêneros experimentam, em determinada altura da vida, a sensação de que estão enganando as outras pessoas.

Sabe os alunos que tiram as maiores notas da turma? Um professor de engenharia contou sobre essa síndrome a um grupo de estudantes supercompetentes e adivinha só: a maioria afirmou que também tinha a sensação de que estava enganando alguém.

3 – Se as pessoas pensam que você é burro, você vai ficar burro

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Olha só que sacanagem, hein! A vida é realmente feita de injustiças, principalmente quando falamos dessa massa gelatinosa que guardamos em nossa cabeça. Isso piora se você faz parte de algum grupo estereotipado, como o das pessoas loiras.

O fenômeno é conhecido como “ameaça de estereótipo” e ele representa justamente essa influência que determinados rótulos acabam exercendo em nosso intelecto. Quando a pessoa ouve, por muito tempo, que faz parte de um grupo cujo estereótipo é negativo, essa ideia acaba sendo enraizada. Já é cientificamente comprovado: mulheres têm um desempenho fraco em xadrez quando estão enfrentando um parceiro masculino; pessoas idosas tendem a apresentar resultados ruins em testes de memória.

Isso não é porque mulheres tenham menos noção em xadrez do que homens. E pessoas mais velhas não precisam apresentar problemas de memória necessariamente. Mas esses dois estereótipos, quando afirmados por muito tempo, acabam se tornando reais.

Essa questão de estereótipo já se provou verdadeira em diversos testes envolvendo habilidades femininas de negociação, habilidades de homens gays no que diz respeito à criação de filhos, mulheres no volante e por aí vai. As pessoas vítimas desses estereótipos acabam falhando e culpando a si mesmas quando, na verdade, o erro acontece porque seus cérebros acreditam no que ouvem.

Mudanças sociais podem alterar esse tipo de problema, e por isso é fundamental inserir o mais variado bloco de pessoas possível em novelas, programas de TV de um modo geral e em cargos de liderança.

4 – Pessoas mentem para si mesmas sem perceber

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Sabe aquela verdade óbvia na qual seu colega insiste em desacreditar? Você prova que está certo, mostra a ele que tem razão e mesmo assim ele não aceita que esteja errado. Parece familiar? Pois é assim com a maioria de nós, seres humanos, criaturas complicadas que quando querem acreditar em alguma coisa são capazes de inventar, inconscientemente, argumentos para provar que estão certos. Nem que esses argumentos sejam grandes mentiras.

Na ciência, esse padrão de comportamento é conhecido como “viés de confirmação”, que nada mais é do que a tendência humana de inventar argumentos e mentir para si mesmo. “Nós, humanos, somos extraordinariamente bons em encontrar justificativas para qualquer conclusão a qual quisermos chegar”, disse Jonathan Haidt, psicólogo que estuda vieses de confirmação.

Quer testar isso? Coloque um ateu e um cristão fervoroso para argumentarem a existência divina. Ambos terão argumentos fortes a favor de seus posicionamentos e, por mais que uma das partes pareça mais convincente, a outra possivelmente vai ignorar isso.

5 – A questão do destino e da razão de todas as coisas

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Um dos pensamentos que mais nos conforta quando estamos diante de uma situação difícil, da morte de uma pessoa querida, da demissão de um emprego bacana ou do fim de um relacionamento amoroso é a boa e velha sentença “era para ser assim”. A ideia quase romantizada de que todo mundo tem um destino traçado, um esquema seguido sem perceber, nos livra de muito peso, da culpa, da tristeza e do luto muitas vezes.

A verdade é que seres humanos têm uma capacidade impressionante de enxergar padrões em todas as coisas, de imaginar que tudo acontece por uma razão misteriosa. Essa constante busca por um motivo especial pode ter surgido lá entre os nossos ancestrais, que possivelmente precisavam desse tipo de raciocínio que acabou ficando enraizado.

Segundo o psicólogo Daniel Kahneman, que já tem um Nobel entre suas conquistas, esse tipo de comportamento pode ser chamado de uma “crença na lei dos pequenos números”; é a ideia de que, se uma pessoa se afogou na piscina de um clube, por exemplo, aquele lugar não é nada seguro.

Não há problema em acreditar em padrões com base em eventos de menor importância. A questão é que isso pode nos levar a tomar decisões erradas. O problema não é ter fé, que fique claro, mas muitas vezes passamos a acreditar que uma coisa vai ser sempre do mesmo jeito com base em uma amostra pequena de comprovações.

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E aí, você já tinha reparado nessas ilusões criadas por seu cérebro? Conte para a gente nos comentários!

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