Ciência
05/06/2015 às 06:06•3 min de leitura
Não é preciso passar muito tempo na internet para se deparar com vários anúncios prometendo soluções milagrosas para tornar você mais popular com a mulherada, deixando o seu pênis “gigante” e fornecendo “ereções duras como rocha”. No entanto, nenhuma dessas propagandas se dá ao trabalho de explicar como o endurecimento do seu amiguinho na hora H realmente acontece.
O processo de ereção peniana é bastante complicado e depende não somente que todos os seus tecidos estejam saudáveis, mas também que uma rede complexa de sinais neurais funcione em perfeita harmonia. Essa “dança” biológica muitas vezes acaba levando a confusões que podem atrapalhar a brincadeira, mas para explicar como funciona o endurecimento do pênis vamos considerar que está tudo em ordem.
Dentro de um membro humano existem três estruturas eréteis, sendo um chamado “corpo esponjoso” e os outros dois os “corpos cavernosos”. A primeira divisão corre pela parte inferior do órgão da base até a ponta, onde se espalha para formar a glande – também conhecida como cabeça. É por dentro do corpo esponjoso que passa a uretra e, embora se encha de sangue na hora da ação, a estrutura não ajuda muito a manter o membro firme.
O trabalho duro fica com os corpos cavernosos, que se estendem lado a lado por todo o comprimento do pênis e se fundem nos pontos onde se tocam, separados apenas por um tecido cheio de aberturas feitas para deixar o sangue fluir de um lado para o outro. Na base do órgão, essas partes de separam e formam suportes, que se prendem firmemente aos lados opostos das pélvis e criam uma base firme para resistir ao vai e vem do sexo.
As artérias que fornecem o sangue necessário para a mágica acontecer entram nos corpos cavernosos justamente por essa base, onde estão protegidas de toda a ação. Cada metade dessa área do pênis é como um tubo oco de tecido impermeável, recheado com uma rede esponjosa de áreas abertas, músculos suaves e pequenas vias sanguíneas.
A parte central dos corpos cavernosos se enche de sangue durante a ereção e é o alvo de medicamentos como o Viagra, o que poderia fazer você pensar que essa é a região mais importante para todo o processo. Essa afirmação, no entanto, desconsidera que o sangue por conta própria não consegue aumentar a pressão de ambiente algum se não estiver empurrando algo bastante resistente – o que no caso é a grossa parece externa da área.
Chamado de “túnica albugínea”, esse “paredão” não é como qualquer pedaço de tecido conectivo. Embora também seja feito de uma proteína chamada colágeno. Cada camada da túnica possui fibras de colágeno em grande densidade e distribuídas com grande organização, com cada “fio” colocado lado a lado um do outro.
O pênis permanece mole graças aos músculos suaves que ficam contraídos nos espaços vasculares do órgão, mantendo as artérias internas pressionadas e fazendo o sangue gotejar ao invés de fluir. Com pouco sangue, a pressão dentro dos corpos cavernosos fica mais baixa do que nas nossas demais artérias, de forma que não há líquido o suficiente para empurrar a parede da túnica.
Enquanto essa divisória está relaxada, ela fica emaranhada como os fios de um macarrão instantâneo dentro do pacote, com cada fibra de colágeno dobrada como as laterais de um acordeon. A combinação de pouca pressão sanguínea e tecido dobrado dá ao pênis sua característica flácida, flexível, extensível e consideravelmente menor do que quando está pronto para a ação.
Quando o cérebro ativa os sinais de excitação, no entanto, tudo muda de figura. Os músculos suaves recebem ordens para relaxar, abrindo as artérias e deixando o sangue fluir para equilibrar a pressão do pênis com a do resto do corpo. O líquido entra nos espaços centrais e começa a empurrar o muro da túnica, fazendo as fibras de colágeno se expandirem e desdobrarem, espremendo as veias que saem do pênis e prendendo o sangue dentro.
Impedindo que o pênis fique tão cheio de sangue a ponto de explodir – uma imagem mental dolorosa para qualquer membro do sexo masculino –, o processo para quando as fibras de colágeno da parede se desdobram totalmente. Nesse ponto, o membro atinge seu tamanho e rigidez máximos e o colágeno passa a agir como um cabo de aço, resistindo com grande intensidade e espalhando as forças a que é submetido.
Assim, as fibras de colágeno não resistem ao empurrão do sangue enquanto ele enche os corpos cavernosos, mas, depois de se estenderem totalmente, passam a funcionar como um freio e impedem a entrada e a saída do líquido. E como os espaços dentro do pênis são interconectados, a pressão do membro sobre uniformemente e ele se enrijece como um todo. Depois disso, é só entrar em ação.