Estilo de vida
28/06/2016 às 10:25•4 min de leitura
No dia 28 de junho de 1969, policiais entraram no bar Stonewall Inn, em Nova York, nos EUA, para uma suposta vistoria. O bar era um reduto LGBT e ficava em uma vizinhança do mesmo tipo, porém, na época, a homossexualidade era considerada uma doença, e os gays eram perseguidos e não podiam consumir álcool. A ação resultou em protestos contra a opressão, tornando-se um dos maiores marcos na luta contra a homofobia.
A data ficou marcada como uma forma de celebrar o orgulho LGBT. Para isso, listamos 10 motivos pelos quais a comunidade gay, lésbica, bissexual e transgênera deve se orgulhar! De 1969 para cá, muitos avanços surgiram, mas também muitas represálias de pessoas que não toleram o amor entre semelhantes. Hoje, porém, é o dia de comemorarmos aquilo que somos: lindos e maravilhosos!
Orgulho!
A comunidade LGBT possui um alto poder de compra, e muitas marcas já estão explorando esse mercado. Muitas empresas se posicionam a favor da união entre homossexuais, gerando conflitos com pessoas que não querem que seus produtos favoritos associados àquilo que condenam.
Por isso, hoje é um dia para celebrarmos essas marcas, tais como Apple, Coca-Cola, Disney, Facebook, Boticário, Microsoft, Google, GAP, Absolut Vodka, Nike, entre tantas outras. Os homofóbicos falam em boicote, mas, convenhamos, alguém realmente boicotou essas empresas por conta desse posicionamento?
Campanha do Boticário para o Dia dos Namorados de 2015
A religião é um dos principais argumentos para os homofóbicos combaterem a comunidade LGBT. Agora, nesta semana, o papa Francisco declarou que a Igreja Católica deveria pedir desculpas aos gays. Ele não está incentivando os homossexuais, que fique claro, mas está sugerindo que ninguém deveria ser perseguido com ódio por conta disso.
E como o papa é a voz de Deus na Terra, será que suas palavras surtirão algum efeito para que a aceitação seja cada vez maior? Os homossexuais existem desde que o mundo é mundo – e não apenas entre os humanos, que fique claro. Porém, esse assunto ainda rende discussões acaloradas.
O papa é mais pop do que nunca
A cultura pop movimenta milhões de dólares anualmente, e a comunidade LGBT se vê representada através de suas divas. O que seria do mundo sem os discursos libertários de Lady Gaga? E sem a importância histórica da Madonna? Ou mesmo sem o colorido de Katy Perry? Essas cantoras empoderam os jovens gays a lutarem contra seus opressores e serem felizes do jeito que eles são.
“Ah, mas é por isso que eu gosto de rock’n roll”. Bem, nesse caso, podemos lembrar só alguns ícones do rock que eram/são homossexuais: Renato Russo, Cazuza, Freddie Mercury, Michael Stipe (R.E.M.), Rob Halford (Judas Priest), Gaahl (Gorgoroth) e por aí vai...
I was born this way
Quando Macklemore & Ryan Lewis surgiram no cenário musical, com a música “Thrift Shop”, poucas pessoas poderiam prever que eles iriam lançar um dos maiores hinos da união homossexual. “Same Love” fala sobre opressão e o fato de que os gays não poderiam mudar, nem se tentassem. E o mais legal é que os cantores são héteros, ou seja, mostra o engajamento de pessoas que não têm preconceito na defesa daqueles que são perseguidos diariamente.
Viva e seja você mesmo
Cauã Reymond é um dos atores mais cobiçados do Brasil. Recentemente, ele participou de um clipe em que interpreta um travesti. O burburinho foi imenso e serviu para ampliar o debate. Algo semelhante aconteceu quando o ator Eddie Redmayne interpretou a primeira transexual da história, no filme “A Garota Dinamarquesa” – papel que lhe rendeu uma indicação ao Oscar.
Claro que rolaram discussões de por que colocar atores héteros interpretando personagens que poderiam ser feitos por atores transgêneros. A discussão é mais do que válida, mas também devemos ver a importância e a visibilidade alcançada com essas escolhas. É uma forma de mostrar que os gays, as lésbicas e os transgêneros possuem os mesmos dilemas que as outras pessoas.
Lacrou!
Quando o então jogador do Corinthians Emerson Sheik deu um selinho em um amigo, isso levou a polêmica da homossexualidade aos campos de futebol. Sheik, que era hétero e casado, quis mostrar que o preconceito não leva a nada. Entretanto, o universo dos esportes ainda é muito heteronormativo: são poucos os atletas que têm a coragem para sair do armário. Isso é algo que talvez demore um pouco mais para mudar, mas é com atitudes como a de Sheik que o preconceito aos poucos vai sendo escancarado e combatido.
Jogador Emerson Sheik dando um tapa na cara do preconceito
O mundo seria muito mais sem graça se não fosse o linguajar próprio dos gays. “Destruidora”, “lacrou”, “alôca”, “bafo”, “babado”, “bofe”, “fazer a egípcia”, “fazer a Winona”, “close errado”, “mona”, “tô bege”, “gongar”, “uó”... os exemplos são infinitos e com certeza você já soltou alguma palavra dessas sem saber que surgiu em rodinhas de homossexuais. Ou você vai fazer a Kátia Cega e negar tudo?
Arrasa!
Como não se apaixonar por Cameron, em “Modern Family”, pela Burset e pela Poussey, em “Orange is the New Black”, ou por toda a galera de “Sense8”? Enquanto as séries norte-americanas já dão passos largos na inclusão de personagens LGBTs em seus roteiros, no Brasil ainda estamos engatinhando no assunto. Nosso principal modelo de dramaturgia é a telenovela, que ainda causa polêmica quando coloca casais homossexuais.
Félix (Mateus Solanos), de “Amor à Vida”, foi um vilão caricato que se redimiu no final e protagonizou o primeiro beijo entre homens no horário nobre da televisão brasileira – e olha que existia até torcida para ele ficar com o Nico (Thiago Fragoso). Pouco tempo depois, porém, Fernanda Montenegro e Natália Thimberg sofreram repressão por interpretar um casal lésbico casado por vários anos. Parece que por aqui vivemos em um misto de liberdade e regressão...
Cameron, de "Modern Family"
Já pensou que maravilha? Quando você resolver se casar, poderá deixar de fora da lista de convidados aquele tiozão homofóbico ou aquela prima ultrarreligiosa que condenam o seu casamento. É uma economia e tanto! Dá para fazer uma festa só para os amigos sem se preocupar se as fotos da festa ficarão ótimas – afinal, elas ficarão espetaculares de qualquer forma.
Celebrando o amor
Você
Nasceu
Com
O
Close
Certo.
Apenas!
Vogue!
Mas nem tudo são flores: no mês passado, mostramos uma lista com os motivos pelos quais a homofobia e a transfobia precisam ser combatidas. Além disso, um massacre em Orlando, em uma boate gay, deixou o mês de junho mais triste – principalmente por haver indícios de ter sido praticado por um homossexual reprimido pela religião.
No futuro, espero que possamos olhar para todos esses marcos e não mais precisar falar em "casamento gay", mas apenas "casamento". Afinal, a homossexualidade é tão natural quanto qualquer outra característica humana.