Ciência
27/03/2015 às 03:36•1 min de leitura
Pesquisadores descobriram no nordeste da China resquícios do que pode ser a primeira flor do mundo, existente no período Jurássico. De acordo com o artigo publicado na Historical Biology, uma revista internacional de paleobiologia (estudo da biologia de fósseis de animais e de plantas), o espécime em questão possui 160 milhões de anos. Ele foi batizado de Euanthis panii.
Segundo os professores Liu Zhongjian, do Centro Nacional de Conservação de Orquídeas da China, e Wan Xin, do Instituto de Geologia e Paleontologia de Nanjing, a descoberta fornece uma nova visão, antes inexistente, sobre as plantas e as flores.
Se o que os autores do artigo atestam realmente for comprovado, a Euanthis panii será a flor mais antiga do mundo descoberta por cientistas – e que viveu na época de ouro dos dinossauros, entre 200 e 145 milhões de anos atrás. Veja abaixo o fóssil identificado da Euanthis panii ao lado de um desenho da flor:
A corrida dos cientistas para encontrar a flor mais antiga do mundo já está rodeada de controversias, pois há décadas pesquisadores tentam encontrá-la. Muitos já declararam ter descoberto a flor dos tempos jurássicos, porém as amostras falharam em passar pelos exames posteriores, não sendo aceitas pelos principais botânicos do mundo (algo que parece mudar com a Euanthis panii).
Anteriormente, a flor considerada mais antiga do mundo era a Callianthus Dilae – também encontrada na China (mas do período Cretáceo, aproximadamente 125 milhões de anos atrás). A diferença da Euanthis panii em relação às outras flores jurássicas encontradas é que todas as estruturas típicas foram preservadas no fóssil, como sépalas, pétalas e outros elementos comuns a plantas contemporâneas.
Os dois cientistas chineses afirmam que o descobrimento provoca um replanejamento da origem da história das flores, já que a Euanthis panii não se ajusta às teorias atuais sobre a evolução das plantas. Segundo eles, a história das angiospermas é muito mais extensa do que anteriormente suposto.