Nova pesquisa revela as desigualdades na distribuição de renda no mundo

22/01/2014 às 11:132 min de leitura

Imagine pensar que o patrimônio de apenas 85 das pessoas mais ricas do mundo equivale às posses de metade da população mundial mais pobre. Esse se você soubesse que apenas 1% da população mundial controla metade da riqueza do mundo, acharia um absurdo? Pois, essas informações são verdadeiras e foram reveladas em uma nova pesquisa realizada recentemente.

Às vésperas do Fórum Econômico Mundial, que acontece em Davos, na Suíça, para prever as tendências internacionais, a ONG humanitária Oxfam Internacional lançou um novo relatório revelando as disparidades da distribuição de renda no mundo inteiro. Confira abaixo um trecho sobre as informações constatadas:

Esta concentração maciça de recursos econômicos nas mãos de poucas pessoas representa uma ameaça significativa para os sistemas políticos e econômicos. Em vez de avançar juntas, as pessoas estão cada vez mais separadas por poder econômico e político, inevitavelmente, aumentando as tensões sociais e aumentando o risco de colapso social.

Medidas

Winnie Byanyima, o diretor-executivo da Oxfam, que também vai participar das reuniões de Davos, disse: "É impressionante que, no século 21, metade da população do mundo não possua mais bens do que uma pequena elite cujo número poderia caber confortavelmente em um ônibus de dois andares".

O representante da Oxfam também argumenta que isso não aconteceu por acaso, dizendo que a crescente desigualdade tem sido impulsionada por uma "tomada de poder" pelas elites ricas, que se ligaram ao processo político para fraudar as regras do sistema econômico em seu favor.

A Oxfam está convocando os líderes reunidos no Fórum Econômico Mundial essa semana para apoiar a tributação progressiva e não sonegar os seus próprios impostos. Além dessas medidas, a ONG também pede que os participantes do evento:

  • se abstenham de utilizar sua riqueza para buscar favores políticos que minam a vontade democrática dos seus cidadãos;
  • tornem públicos todos os investimentos em empresas e fundos de quais são os beneficiários finais;
  • desafiem os governos a usar a receita fiscal para prestar cuidados de saúde universal, educação e proteção social;
  • exijam um salário digno para os trabalhadores de todas as empresas que detêm ou controlam;
  • desafiem outros membros da elite econômica para se juntar a eles nessas promessas.

"Sem um esforço concentrado para enfrentar a desigualdade, a cascata de privilégios e de desvantagens vai continuar pelas gerações. Em breve vamos viver em um mundo onde a igualdade de oportunidades é apenas um sonho", acrescentou Winnie Byanyima.

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