Biatlo: o esporte que nasceu na guerra e mistura esqui com tiro ao alvo

06/07/2024 às 20:003 min de leituraAtualizado em 06/07/2024 às 20:00

Se o famoso agente secreto da ficção James Bond, o 007, tivesse que praticar um esporte olímpico, talvez o biatlo fosse o mais apropriado. Esse esporte, tradicionalmente presente nas Olimpíadas de Inverno, é uma junção do esqui de corta-mato, também conhecido como esqui de fundo ou cross-country, com tiro esportivo. Duas habilidades bastante apropriadas para o espião britânico.

Apesar disso, a Inglaterra não tem nada a ver com o surgimento do biatlo, mas, sim, alguns países escandinavos, como Noruega e Finlândia, além da Rússia. Se buscarmos uma origem mais antiga para essa atividade de esquiar e atirar, chegamos no culto ao deus nórdico Ullr, que era o “padroeiro” tanto do esqui quanto da caça.

Trazendo a prática para épocas mais modernas, chegamos aos exercícios militares da Noruega que, explorando ao máximo a paisagem gelada e cheia de neve, souberam aproveitar com maestria o uso do esqui. Muito do esporte também foi inspirado nos conflitos de fronteira entre a Rússia soviética e a Finlândia nos primeiros movimentos da Segunda Guerra Mundial.

Como o biatlo virou esporte olímpico?

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O biatlo começou a ser praticado por militares que aperfeiçoaram suas habilidades em exercício de guerra. (Fonte: Comitê Olímpico Internacional / Reprodução)

Ao fim da Segunda Guerra Mundial, tanto Finlândia quanto a União Soviética passaram a pressionar o Comitê Olímpico Internacional para que o biatlo fosse adicionado às Olimpíadas de Inverno. Competições mundiais do esporte iniciaram-se em 1958 e em 1960 estrearam nas Olimpíadas de Inverno de Squaw Valley, na Califórnia. O que pouca gente sabe é que o biatlo já havia sido exibido como esporte de demonstração na edição dos Jogos de 1924, na França, e subsequentemente em 1928, 1936 e 1948.

Para a surpresa de ninguém, o primeiro medalhista de ouro da categoria em 1960 foi um escandinavo: o sueco Klas Lestander. A prata foi para o finlandês Antii Tyrvainen e o bronze para o russo Aleksandr Privalov. A prova consistiu em um trajeto de 20 km com paradas para atirar nas marcas de 6,5 km, 9,5 km, 12,5 km e 15 km. Nessas ocasiões, os alvos encontravam-se a distâncias entre 100 e 250 metros. Cada tiro errado custava ao atleta 2 minutos de prova.

Lestander fez o percurso em 1 hora e 33 minutos, o que daria a ele apenas o 6º lugar. Porém, seus tiros foram impecáveis, com 100% de aproveitamento, o que não rendeu a ele nenhuma penalização e, por consequência, trouxe a medalha de ouro.

O biatlo atualmente

Nos Jogos Olímpicos de Inverno atuais, existem cinco categorias de biatlo, tanto para atletas do gênero masculino quanto feminino, além de uma competição mista, com dois homens e duas mulheres na equipe. Vale lembrar que as mulheres só passaram a competir no biatlo olímpico em 1992. Essas categorias são:

  • Individual (masculino 20 km, feminino 15 km)
  • Revezamento (masculino 4 x 7,5 km, feminino 4 x 6 km)
  • Velocidade (masculino 10 km, feminino 7,5 km)
  • Perseguição (masculino 12,5 km, feminino 10 km)
  • Largada coletiva (masculino 15 km, feminino 12,5 km)

O país que lidera o quadro de medalhas olímpicas no biatlo é a Noruega, com 22 ouros e 55 no total, seguido pela Alemanha (20 ouros, 54 no total), França (12 ouros, 32 no total), Rússia (10 ouros, 22 no total) e União Soviética, que mesmo tendo sido destituída em 1991, conta com 9 ouros e 19 medalhas no total.

O Brasil no biatlo

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Jaqueline Mourão, a representante brasileira do biatlo. (Fonte: Creative Commons / Reprodução)

Como na maioria dos esportes de inverno, o Brasil não tem praticamente nenhuma tradição no biatlo, mas mesmo assim já tivemos uma atleta participando da competição nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014. Trata-se de Jaqueline Mourão, mineira de Belo Horizonte que participou das categorias de Velocidade e Individual, obtendo a 77ª e 76ª colocação respectivamente, além de ter sido a porta-bandeira da delegação brasileira no evento.

Jaqueline Mourão é atleta desde criança e já representou o Brasil em outros esportes e outras competições, tendo ganhado um bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019, e um ouro nos Jogos Sul-Americanos no Brasil, em 2002, ambos competindo no mountain bike cross-country. Em 2022, Jaqueline tornou-se a recordista brasileira de participações olímpicas com oito no total.

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