Chessboxing: conheça o esporte que combina boxe e xadrez

11/07/2024 às 20:002 min de leituraAtualizado em 11/07/2024 às 20:00

As pessoas nunca se cansam de inventar novos esportes. E, sem dúvida, dentre os mais inusitados, está o chessboxing – ou, em bom português, o boxe-xadrez ou boxadrez – um esporte híbrido que combina o enxadrismo e o pugilismo.

Por mais improvável que pareça essa combinação, dá certo. O boxe-xadrez foi proposto pela primeira vez na graphic novel de ficção científica Frio Equador, publicada em 1992 pelo cartunista iugoslavo-francês Enki Bilal. Anos depois, em 2003, o artista holandês Iepe Rubingh organizou o primeiro torneio de boxe-xadrez em Berlim, na Alemanha.

Como funciona o boxe-xadrez?

(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)
O boxe-xadrez faz os atletas revezarem entre os golpes do boxe e o raciocínio do xadrez. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)

O esporte é uma mistura da pancadaria do boxe com as estratégias de tabuleiro de um jogo de xadrez. A proposta surge justamente do que era mostrado em Frio Equador: primeiro, os participantes se enfrentavam em um round inteiro de boxe, para depois jogar um partida de xadrez.

Assim, a proposta é colocar o corpo e a mente para funcionarem na mesma medida. Enquanto o esporte físico testa os limites corpóreos do atleta, o tabuleiro provoca o exercício da sua concentração e do seu raciocínio.

As partidas envolvem seis rodadas de xadrez, com quatro minutos cada, e cinco de boxe, com três minutos. Toda a ação acontece dentro de um ringue, incluindo a fase do xadrez, e os jogadores são separados conforme o peso. Entre cada uma das fases, ocorre um intervalo de um minuto, no qual os esportistas recebem conselhos dos seus treinadores, tal qual e tradição em uma disputa comum de boxe. 

Nesse esporte, há duas formas de se sair vencedor. Ganha quem der xeque-mate no adversário ou nocautear o oponente – o que ocorrer primeiro. É possível também que a partida se encerre por conta do encerramento do tempo estipulado.

Os torneios de boxe-xadrez

(Fonte: Twitter / Divulgação)
O artista holandês Iepe Rubingh foi o grande difusor do boxe-xadrez. (Fonte: Twitter / Divulgação)

Falecido em 2020, Iepe Rubingh foi o grande nome por trás da difusão desse esporte híbrido. Só que ele mudou um pouco as regras exibidas nos quadrinhos de Enki Bilal, entendendo que seria melhor intercalar alguns momentos de xadrez com boxe. No livro, cada esporte era encerrado para depois começar o outro.

Rubingh fundou em seguida a Organização Mundial do Boxe-Xadrez, o que ajudou que a modalidade esportiva se espalhasse e torneios fossem organizados. Há pelo menos dez países que praticam esse esporte hoje, incluindo os Estados Unidos, a França, a Rússia e até o Brasil.

O destaque desse esporte inusitado é juntar duas coisas que, ao menos na superfície, não se aproximariam. Em entrevista concedida à revista Superinteressante em 2004, Rubingh explicou: “a adrenalina bloqueia a reflexão e é preciso usar estratégias para controlá-la, como conter a agressividade no boxe. Requer um enorme controle do corpo e da mente. Nunca vi um esporte tão extremo”. 

Assim como acontece no boxe tradicional, as lutas têm todo um ritual, e envolvem a mediação de um mestre de cerimônia, a presença de narrador, comentaristas e uma arquibancada cheia de torcedores. Mesmo com o falecimento de seu maior divulgador, o boxe-xadrez segue mobilizando muita gente. Quem sabe algum dia ele ainda vá parar nas Olimpíadas!

 

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