Artes/cultura
07/09/2024 às 15:00•2 min de leituraAtualizado em 07/09/2024 às 15:00
Em uma entrevista recente publicada na Reader’s Digest, a diretora-executiva da Airlines for America, Marli Collier, faz uma revelação surpreendente sobre a maioria dos pilotos de companhias aéreas de passageiros e carga dos EUA: por regulamentações da indústria, eles são proibidos de usar barba.
Conforme a executiva, há dois principais motivos para essa proibição de pelos faciais em pilotos e, em alguns casos, também de comissários de bordo. O primeiro motivo é histórico: antigamente, a maioria dos pilotos dos EUA se juntava às empresas aéreas após se aposentar da Marinha, Força Aérea ou Fuzileiros Navais. Com isso, as empresas simplesmente adotavam as políticas de vestimenta e aparência militar.
O segundo motivo é uma norma de segurança recomendada pela Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) em 1987. “Máscaras de demanda, como aquelas usadas em equipamentos de proteção respiratória, muitas vezes não podem ser colocadas rapidamente nem vedadas efetivamente quando usadas por indivíduos barbudos", diz o comunicado.
Hoje em dia, as companhias aéreas norte-americanas têm total liberdade para estabelecer suas próprias regras em relação a pilotos usarem barbas ou não. Mas esses resquícios da tradição militar, diz Collier, além da tendência de “pecar pelo excesso de cautela quando o assunto é segurança”, significam que será difícil ver um piloto barbudo nos EUA.
Na prática, Delta, Southwest, United, American Airlines e JetBlue não permitem que suas tripulações de cabine de comando usem barbas e nem cavanhaques, embora um bigode bem aparado que não se estenda abaixo dos cantos da boca seja tolerado. Quanto às costeletas, elas devem ser aparadas até o meio da orelha e não podem ser muito espessas.
Para Collier, esse protocolo da FAA foi lançado há quase 40 anos e, depois disso, diversas inovações tecnológicas e melhorias das comunicações de controle de tráfego aéreo tornaram as viagens muito mais seguras. Alguns especialistas até questionam o famoso comunicado que, segundo eles, foi criado para máscaras de oxigênio que nem existem mais.
A discussão sobre a possibilidade de os pelos faciais prejudicarem a vedação adequada da máscara de oxigênio é uma questão puramente operacional, diz a diretora de comunicação. Além disso, "os pilotos têm um estilo de máscara de oxigênio no cockpit, diferente do que os passageiros usam na cabine”, explica.
Atualmente, o design das máscaras de oxigênio dos pilotos evoluiu de um modelo que cobria só nariz e boca com óculos de proteção separados para uma máscara inteiriça de colocação rápida e menos suscetível a vazamentos e colocação inadequada. Isso significa que pilotos barbudos não terão qualquer problema com suas máscaras de oxigênio, conclui Collier.