Ciência
25/07/2021 às 08:00•2 min de leitura
Nascida em Chicago, Estados Unidos, em 29 de junho de 1908, Virginia Irwin começou sua carreira jornalística escrevendo para uma coluna de culinária antes de ser contratada pelo editor da revista Everyday, em 1934.
Por ser mulher, ela foi designada para escrever sobre cuidados infantis, etiqueta, casamento, divórcio e problemas domésticos, conseguindo se destacar e atrair um grande prestígio entre o público masculino e feminino com o seu trabalho.
Assim que o Pearl Harbor foi atacado pela marinha imperial japonesa, em 7 de dezembro de 1941, declarando a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, o trabalho de Irwin assumiu um tom mais sério para falar apenas sobre os diretórios da guerra.
Em 1943, ela viajou pelo oeste do país para tentar conseguir credenciamento para relatar os eventos na Europa como correspondente de guerra, o que nunca havia sido feito por uma mulher. Seus chefes se recusaram a patrocinar uma mulher no exterior, porém lhe deram uma licença de 1 ano, e ela partiu para a Inglaterra usando o próprio salário para se manter.
(Fonte: St. Louis Post-Dispacth/Reprodução)
Após se tornar finalmente uma correspondente credenciada do Post-Dispatch, Irwin contribuiu para o jornalismo com matérias humanizadas, em primeira pessoa, relatando suas experiências e ressaltando tanto as dificuldades quanto a decadência que os soldados enfrentavam na guerra, lembrando a todos que eles não eram nenhum tipo de "máquina feita para matar".
Ela também fez questão de mostrar o tipo de perigo ao qual os homens se expunham para tentar derrotar o inimigo alemão, como a vez que ela se escondeu atrás de uma chaminé enquanto as balas ricocheteavam ao seu redor.
No entanto, nada do que escreveu se comparou com o furo de reportagem que trouxe ao mundo dias antes de Adolf Hitler cometer suicídio em seu bunker em Berlim, em 27 de abril de 1945. Ela descreveu ao mundo os combatentes em confronto com o que restava das tropas nazistas no limiar da queda da Alemanha.
(Fonte: Pinterest/Reprodução)
Após o episódio, infelizmente Irwin perdeu a luta para o exército dos Estados Unidos, que nunca lidou bem com sua presença na frente de guerra. Eles retiraram suas credenciais, impedindo-a de reportar, e a enviou para casa apesar de seus protestos. Além disso, as matérias da jornalista foram duramente censuradas pelo exército, visto que este regulava o que seria despachado para os Estados Unidos.
Ainda assim, ao voltar para casa, Virginia Irwin já era considerada uma celebridade, recebendo diversas homenagens e sendo convidada para relatar suas experiências em Berlim em almoços e entrevistas. Todos admiravam e se orgulhavam do trabalho da jornalista, que havia enfrentado o sistema machista e o horror da guerra para conseguir manter o mundo informado.
(Fonte: BBC/Reprodução)
Ela foi de uma sala com vários homens onde trabalhava em Saint Louis, no Missouri, à Nova York, onde desfrutou de 14 anos de autonomia para escrever sobre artes e política. Contudo, a jornalista terminou de novo em Saint Louis escrevendo sobre brigas de bairro e problemas conjugais.
Depois disso, Virginia Irwin se aposentou e foi viver em uma fazenda no Missouri, perto de sua família. Porém, em 1944, quando estava escrevendo da França, ela previu que, ao se aposentar, suas "memórias prevalecentes serão de guerra... amontoadas sobre um velho fogão e soprando na brisa com os rapazes que estão lutando".