Bolsa que passa por um buraco de agulha é vendida por R$ 300 mil

10/07/2023 às 06:472 min de leitura

Uma bolsa microscópica, anunciada como pequena o bastante para passar através do buraco de uma agulha, foi vendida em um leilão por US$ 63 mil, ou R$ 305,7 mil. Réplica miniaturizada da conhecida “OnTheGo” da grife Louis Vuitton, foi produzida pelo coletivo MSCHF, uma agência criativa do Brooklyn, em Nova York, conhecida por criar produtos virais e polêmicos. 

Embora lançada como uma forma de provocação à indústria da moda, a micro-OnTheGo é uma obra de arte engenhosa e tecnologicamente inovadora. A peça, que mede 657 por 222 por 700 mícrons, segundo a CNN, foi fabricada com resina de fotopolímero, usando uma tecnologia de impressão 3D conhecida como polimerização de dois fótons.

O conceito da bolsa foi explicado pelo MSCHF ao New York Post: “À medida que um objeto funcional como uma bolsa se torna cada vez menor, seu status de objeto torna-se cada vez mais abstrato até que seja puramente um significante de marca”. "Basicamente tornou-se uma joia", brincou o diretor de criação do coletivo, Kevin Wiesner, ao The New York Times.

Como foi vendida a microbolsa da MSCHF?

Fonte: MSCHF/Divulgação.Fonte: MSCHF/Divulgação.

Como a bolsa é praticamente impossível de ser visualizada a olho nu, ela foi colocada em uma lâmina de microscópio que vem com um display digital, revelando uma visão ampliada do objeto. A bolsa é uma provocação sobre a tendência das microbolsas, acessórios vendidos atualmente que são muito pequenos para guardar qualquer objeto. 

A venda da bolsa foi organizada pelo Joopiter, uma casa de leilões do rapper Pharrel Williams, considerado um dos produtores musicais mais influentes deste século. Ironicamente, Williams é designer e também diretor criativo de moda masculina justamente da Louis Vuitton. Mas Wiesner afirma que não pediu sua permissão nem da griffe para fabricar sua bolsa microscópica. 

As travessuras do MSCHF

Criada em 2016 por Gabriel Whaley, a agência MSCHF é uma corruptela da palavra inglesa "mischief" ("travessura" em português). Para fazer jus ao nome, a empresa lançou alguns produtos controversos como um par de tênis que se autodestruía em 24 horas, uma linha de fotografias geradas por IA e os "Sapatos de Jesus", tênis pré-lavados em água benta.

De acordo com a CNN, a fama veio com os chamados "Drops" que é uma crítica ao consumismo exagerado. Em 2021, a agência foi processada pela Nike por vender os "Sapatos de Satanás", com o rapper Lil Nas X. Além de inserir símbolos satânicos nos tênis da famosa marca de Beaverton, eles alegadamente colocaram nos calçados algumas gotas de sangue humano real. 

Recentemente, a MSCHF ofereceu um par de “Grandes Botas Vermelhas” que não tinham forma de pés e acabaram vendidas por US$ 350 (R$ 1,7 mil), tornando=se um enorme sucesso. No caso da microbolsa OnTheGo, a empresa esclarece que enviou ao comprador um microscópio com visor digital de brinde.

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