Ciência
25/02/2024 às 06:00•2 min de leitura
Jogos de tabuleiro podem ser mais antigos do que muitos imaginam. Uma prova disso é que, em uma área de preservação no Quênia, a arqueóloga Veronica Waweru, da Universidade Yale, encontrou cerca de 20 tabuleiros esculpidos diretamente em rochas.
Nas palavras da pesquisadora, o achado pode ser classificado como uma espécie de fliperama antigo. Segundo Veronica, o vale em que o centro de preservação está localizado tem várias construções do gênero, que se assemelha muito a um jogo chamado Mancala.
(Fonte: Veronica Waweru/Universidade Yale/Reprodução)
O Mancala é um jogo de estratégia antigo, e seu objetivo principal é capturar mais peças que o seu oponente. Acredita-se que os tabuleiros mais velhos do game foram encontrados em uma residência neolítica na Jordânia, e têm aproximadamente oito mil anos.
Sobre os tabuleiros encontrados no Quênia, a pesquisadora mencionou que é difícil precisar sua idade por terem sido esculpidos em rochas com pelo menos 400 milhões de anos. Entretanto, é possível dizer que essa é uma tradição muito comum ainda hoje em sociedades de pastoreio na mesma área.
"As pessoas modernas da região tendem a jogar jogos como Mancala quando estão pastoreando. Isso é provavelmente o que se fazia aqui", comentou arqueóloga ao site History. Outro detalhe referente a esse achado é que no mesmo local foram encontrados 19 túmulos. Por conta disso, acredita-se que este game em específico pode ter relação com algum tipo de ritual funerário.
Além disso, a formação rochosa em torno dos jogos apresenta marcas de afiação de faca, levando os pesquisadores a crer que o local também possa ter sido usado para a realização de banquetes ou até mesmo no funcionamento de algum tipo de açougue.
Mancala é um jogo muito popular ainda hoje em alguns lugares do mundo. (Fonte: Getty Images)
A descoberta ainda revela que, ao contrário do que muitos imaginam, a vida em períodos antigos não eram monótonas. Aparentemente, jogos eram parte das tradições antigas, bem como outros rituais de socialização.
"As pessoas tendem a considerar a vida antiga como brutal, desagradável e curta. Mas talvez a vida não fosse apenas uma questão de sobrevivência", explicou Veronica. Graças a essas descobertas, mais arqueólogos estão interessados em aprofundar pesquisas na região. Dessa forma, seria possível ter novas informações sobre os povos que habitavam essas áreas no passado.