Estilo de vida
16/11/2024 às 18:00•2 min de leituraAtualizado em 16/11/2024 às 18:00
Sempre ouvimos que dormir mais faz bem para a saúde, mas nem sempre é fácil alcançar as famosas oito horas de sono recomendadas. No entanto, uma nova pesquisa indica que pode não ser necessário tanto esforço para melhorar o bem-estar. Apenas 46 minutos a mais de sono por noite podem já trazer benefícios notáveis, conforme sugere um estudo liderado por Alexander Do, da Universidade de Baylor.
Esse estudo traz um olhar diferente sobre o impacto do sono. Em vez de focar nos problemas causados pela falta de descanso — como falhas na memória, no desempenho sexual e até danos ao DNA —, os pesquisadores decidiram examinar o que pode melhorar quando dormimos um pouco mais. "Alex fez um trabalho excelente ao propor uma ideia de tese inovadora, que expande o campo do sono de forma significativa", comentou o supervisor do estudo, Dr. Michael K. Scullin.
Para o estudo, os pesquisadores recrutaram 90 jovens entre 18 e 24 anos, divididos em três grupos: um com horários de dormir mais tarde, outro com horários mais cedo, e o último grupo que manteve sua rotina habitual. O grupo com horários mais tardios foi instruído a dormir às 2h da manhã, acordando às 7h30, reduzindo seu sono em média 37 minutos em comparação aos que mantiveram o padrão usual. Já o grupo que dormiu mais cedo, indo para a cama às 22h30 e acordando no mesmo horário, ganhou em média 46 minutos de sono.
Durante o estudo, os participantes registraram seus horários de sono em um diário e foram monitorados via smartwatch, o que garantiu precisão na coleta dos dados. Eles também responderam questionários sobre fadiga e bem-estar no início e no fim do experimento. Além disso, a equipe incluiu avaliações de resiliência, satisfação e gratidão, buscando entender como uma simples mudança na duração do sono impacta o humor e a disposição geral.
“Observamos que pessoas que aumentaram seu sono em 46 minutos por noite sentiram-se mais resilientes, gratas e com maior satisfação e propósito de vida”, revelou Scullin. Esses resultados reforçam o quanto até pequenas alterações na rotina podem gerar efeitos profundos no bem-estar.
Outro achado importante do estudo foi o impacto do sono nos comportamentos pró-sociais, como a disposição para ajudar outras pessoas e o envolvimento em ações comunitárias. A Dr. Sarah Schnitker, que também supervisionou a pesquisa, comentou sobre esses benefícios: "É emocionante ver que o sono afeta não só o indivíduo, mas a comunidade ao seu redor."
Ao que parece, dormir mais pode nos deixar mais generosos e dispostos a contribuir para o bem-estar coletivo. Essa pesquisa abre novos caminhos para pensar sobre o sono: além de nos fazer sentir mais alertas, ele pode promover uma sensação de pertencimento e gratidão que se reflete nas nossas relações e no ambiente em que vivemos.
A boa notícia é que talvez não seja necessário alcançar as oito horas de sono para colher esses benefícios. Se adicionar 46 minutos já faz diferença, essa meta parece bem mais acessível e possível para o dia a dia.