Dan White: a história do assassinato do ativista Harvey Milk

04/10/2024 às 21:003 min de leituraAtualizado em 04/10/2024 às 21:00

Assassinado em 1978, Harvey Milk é tido como um dos maiores ativistas da comunidade LGBTQIA+ dos Estados Unidos. Ele foi nada menos que o primeiro homem assumidamente gay a ser eleito para um cargo político na Califórnia, ocupando o posto de supervisor (equivalente a um vereador).

Sua trajetória ascendente na política foi interrompida por um fato trágico: ele foi assassinado pelo seu colega Dan White dentro da prefeitura. Mas quem era esse homem e, mais importante, por que ele fez isso?

Quem foi Dan White?

Dan White foi um político democrata conservador. (Fonte: People / Reprodução)
Dan White foi um político democrata conservador. (Fonte: People / Reprodução)

De acordo com os seus registros biográficos, Dan White era um americano comum: um católico das classes trabalhadoras que também havia atuado no Vietnã. No fim dos anos 1970, ele se tornou supervisor do oitavo distrito de São Francisco.

White também havia sido policial, mas foi expulso do serviço depois que denunciou um colega por espancar um suspeito que estava algemado. Resolveu então atuar como bombeiro, profissão em que protagonizou um ato heroico, ao salvar uma mulher e o seu filho de um incêndio em um prédio.

Esse feito o tornou popular e acabou o levando para a política. Acabou sendo eleito para o Conselho de Supervisores da cidade para o Distrito 8, uma área predominantemente branca que era hostil à crescente comunidade gay da cidade. Foi nessa etapa de sua carreira que ele conheceu Harvey Milk.

O assassinato de Harvey Milk

(Fonte: GettyImages / Reprodução)
Ao ser assassinado, Harvey White tinha apenas 48 anos. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

Na sua carreira como supervisor, Dan White se estabeleceu como um democrata conservador. Em entrevistas, dava declarações como essa: “São valores antiquados que construíram este país. Para mim, é disso que se trata a sociedade”.

Na Câmara, ele passou a atuar lado a lado com Harvey Milk, um ativista que se mudou para São Francisco em 1972 e logo se envolveu com a política local, defendendo sempre a sua comunidade. Mesmo com todas as diferenças, Milk e White tinham um relacionamento amigável e tomavam café juntos.

A posição de Dan White sobre direitos gays era paradoxal. Ele se opôs abertamente às paradas de Orgulho Gay, mas ficou ao lado de colega em várias questões, além de ter contratado um homem gay para ser seu gerente de campanha e chefe de gabinete.

Contudo, os dois supervisores se desentenderam em 1978 depois que Milk votou a favor da construção de um lar para jovens problemáticos no distrito de Dan White. Além disso, o vereador conservador, em sua vida pessoal, estava lidando com dificuldades financeiras, pois o salário na política era baixo e ele foi proibido de manter seu trabalho como bombeiro.

Por isso, no dia 10 de novembro deste ano, Dan White renunciou ao cargo, alegando problemas financeiros. Só que ele logo se arrependeu da decisão e pediu para retirar a renúncia quatro dias depois. 

O prefeito, um homem chamado George Moscone, considerou a possibilidade de reintegrá-lo, mas desistiu porque Harvey Milk o persuadiu a nomear outra pessoa. Isso fez com que White se sentisse traído pelos dois.

Em 27 de novembro de 1978, Dan White entrou na prefeitura por uma janela do porão, e se dirigiu até o gabinete do prefeito Moscone, que foi assassinado com quatro tiros à queima-roupa. Em seguida, se direcionou até o escritório de Harvey Milk e atirou cinco vezes contra ele.

White depois fugiu do prédio, mas acabou se entregando à polícia. Ele foi julgado pelos dois assassinatos, mas sua defesa alegou que sua explosão violenta decorria de um episódio depressivo grave e (acredite se quiser) do excesso de consumo de junk food. Ele acabou sendo condenado por homicídio culposo, em vez de assassinato em primeiro grau. 

Isso causou uma grande comoção na comunidade gay de São Francisco, que considerou o resultado do julgamento terrivelmente injusto. Os protestos que ocorreram após isso acabaram em pancadaria da polícia contra os manifestantes, que também estavam indignados pelo fato de que colegas policiais haviam pago a defesa de Dan White.

O ex-supervisor cumpriu a pena e foi posto em liberdade condicional em janeiro de 1984. No entanto, ele se sentia desonrado e incapaz de conseguir um emprego por conta de seus crimes, e acabou cometendo suicídio em 1985. De fato, sua vida ficou marcada pela infâmia de ter posto fim à trajetória de um dos maiores defensores da comunidade LGBTQIA+.

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