Artes/cultura
09/10/2024 às 06:00•2 min de leituraAtualizado em 09/10/2024 às 06:00
Psicopatas e sociopatas são dois termos que, muitas vezes, confundem as pessoas. Afinal, esses conceitos aparecem com frequência em filmes e livros. Um dos exemplos mais famosos certamente é o de Hannibal Lecter, de O Silêncio dos Inocentes. A confusão é tanta que o personagem já foi descrito tanto como psicopata quanto sociopata. Mas qual é a real diferença entre eles?
Por mais que esses termos sejam usados de forma intercambiável, há distinções importantes entre as duas condições. Embora ambos compartilhem traços de comportamento antissocial, como a falta de empatia e a manipulação, suas origens e características psicológicas são bem diferentes. E é exatamente isso que os pesquisadores tentam explicar: o que faz de alguém um psicopata ou um sociopata?
Psicopatas, de acordo com especialistas, possuem um comportamento frio e calculista. Eles manipulam os outros sem demonstrar remorso ou culpa. Essa falta de empatia é uma das principais características de quem apresenta traços de psicopatia. Em seu livro The Mask of Sanity, o psiquiatra Hervey Cleckley — um dos primeiros a descrever a doença — menciona a presença de charme superficial, falta de vergonha e incapacidade de formar relações genuínas com outras pessoas.
Ao longo do tempo, o psicólogo Robert Hare refinou esses traços e destacou que psicopatas são mestres em enganar e controlar. Ao contrário dos sociopatas, eles tendem a ser muito metódicos e raramente agem de maneira impulsiva. Isso os torna mais perigosos, já que conseguem planejar seus atos com calma e precisão, disfarçando suas verdadeiras intenções.
No entanto, apesar da imagem popular de serial killers ou criminosos violentos, nem todos os psicopatas se envolvem em atividades criminais. Alguns vivem no meio da sociedade, usando suas habilidades de manipulação para obter vantagens pessoais, seja no ambiente de trabalho ou em relacionamentos pessoais.
Enquanto os psicopatas parecem nascer com suas características, os sociopatas são amplamente considerados produtos de seu ambiente. Acredita-se que fatores como abuso na infância, negligência e instabilidade familiar desempenhem um papel crucial no desenvolvimento da sociopatia. Diferentemente dos psicopatas, que são frios e calculistas, os sociopatas tendem a ser mais impulsivos e emocionais.
O termo sociopatia foi introduzido nos anos 1930 pelo psicólogo George Partridge, que enfatizou as consequências sociais desse comportamento. Os sociopatas muitas vezes têm dificuldade em manter empregos estáveis ou relacionamentos, já que seu temperamento explosivo e imprevisível frequentemente causa conflitos. Eles não possuem o mesmo controle sobre suas ações que o outro grupo, o que os torna mais suscetíveis a serem pegos em situações de descontrole.
Apesar das diferenças, tanto psicopatas quanto sociopatas compartilham a tendência de desrespeitar as normas sociais e as leis. Além disso, entender essas distinções ajuda a esclarecer como esses traços afetam o comportamento e a interação com a sociedade.