Artes/cultura
28/05/2013 às 07:24•2 min de leitura
Uma questão que sempre despertou grande discussão entre os cientistas é o que teria feito com que os nossos antigos ancestrais deixassem de se locomover sobre quatro patas, adotassem uma postura ereta e se tornassem bípedes.
Algumas teorias se apoiam na hipótese de que mudanças climáticas ocorridas há 2,5 milhões de anos teriam provocado o declínio das florestas e levado os nossos ancestrais a deixar as árvores e a começar a perambular pelas savanas africanas. No entanto, essa possibilidade também é contestada, pois existem evidências de que primatas bípedes tenham surgido antes dessa grande alteração no clima.
De acordo com o site The Christian Science Monitor, um novo estudo, realizado por arqueólogos da Universidade de York, na Inglaterra, sugere que câmbios geológicos podem ter motivado essa dramática transição, fazendo com que os nossos ancestrais se tornassem bípedes para vencer obstáculos do terreno.
Fonte da imagem: Reprodução/The Christian Science Monitor
Segundo o estudo, erupções vulcânicas e o movimento de placas tectônicas tornaram a paisagem do leste e sul da África mais rochosa, fazendo com que a locomoção por essa região ficasse cada vez mais complicada. Essas alterações geológicas teriam encorajado os antigos habitantes da região a desenvolver novas habilidades locomotoras, melhorando aspectos como o equilíbrio e a escalada em terrenos acidentados.
Conforme explicaram os arqueólogos, esses movimentos são melhor executados a partir de uma posição ereta, e teria sido essa mudança na paisagem — e não no clima — o que provocou a transição da locomoção de quatro para duas “patas”. Os pesquisadores também argumentam que as alterações geológicas podem ter contribuído para o desenvolvimento de habilidades cognitivas como a navegação e a comunicação entre os integrantes dos grupos.
Por sua vez, essa evolução pode ter sido um dos fatores que levaram ao desenvolvimento de cérebros maiores e ao surgimento de funções sociais como o trabalho em equipe e a cooperação. Obviamente, só com uma máquina do tempo seria possível comprovar qual das duas hipóteses está correta, e é possível que nunca tenhamos uma resposta definitiva para essa questão.