Estilo de vida
25/08/2014 às 06:07•3 min de leitura
De acordo com os registros históricos da NASA, de todas as missões para esse fim, os seres humanos pousaram na Lua seis vezes, mas os teóricos da conspiração ainda insistem que o número real é zero.
Os conspiradores citam argumentos como mal-entendidos da física, bandeiras que balançam em um lugar que não tem vento, a falta de estrelas nos vídeos e outros fatores para tentar convencer as outras pessoas de que os astronautas americanos nunca puseram os pés na nossa Lua.
É capaz até mesmo de que você, leitor, seja uma pessoa que não acredite que a raça humana já pisou em solo lunar. E, tudo bem, cada um crê no que quiser, não é verdade?
Porém, uma historiadora espacial revelou recentemente mais uma forma de provar que está errado quem acredita nas teorias da conspiração de que o homem nunca colocou os pés em nosso satélite natural. Segundo ela, são muitas evidências que provam que é verdade, mas o segredo está na forma como a poeira foi levantada pela sonda lunar.
A historiadora que apontou esse fator é Amy Shira Teitel, que divulgou um vídeo explicando mais uma vez como as missões lunares não poderiam ter sido falsificadas na Terra. De acordo com o que Amy diz, a poeira lunar cai das rodas da sonda de uma forma diferente do que seria em solo terrestre. Ela mostra os cálculos de dois cientistas que usaram as imagens da missão Apollo 16 para explicar a evidência.
O vídeo está em inglês, mas Amy explicou tudo em um artigo do blog Vintage Space do site Popular Science. Segundo o seu esclarecimento, o movimento ascendente e descendente da poeira levantada pelas rodas da sonda lunar simplesmente não poderia ser reproduzido em qualquer lugar do nosso mundo.
A chave é a trajetória da poeira que voa atrás da sonda quando ela se movimenta. Esse é o principal fator analisado e comprovado matematicamente por Hsiang-Wen Hsu e Mihály Horányi, dois cientistas do Laboratório de Física Atmosférica e Espacial da Universidade de Colorado.
Os dois especialistas desmembraram o vídeo da rota da sonda durante a missão Apollo 16 em imagens individuais de tal forma que cada imagem correspondesse a um quadro. A partir disso, eles observaram as séries em que a sonda era guiada em velocidade constante em um ângulo reto em relação à câmera. Isso lhes proporcionou uma visualização mais próxima possível a um plano bidimensional.
Esse formato tornou a tarefa de rastrear a poeira em uma simples questão de planejar o movimento dela contra os dois eixos fixados no para-choque traseiro da sonda. O eixo horizontal representou a velocidade e o eixo que se estende verticalmente a partir do para-choque representou altura.
O acompanhamento do movimento da nuvem de poeira mostra claramente os rastros de pó — chamados pelos cientistas de “rabos de galo” —, que são característicos daquele ambiente, e não o arco parabólico simples de uma nuvem de poeira que veríamos produzida por uma sonda conduzida na Terra.
Esta forma de rabo de galo específica depende unicamente do ambiente lunar. A velocidade inicial das partículas de poeira com base na velocidade do robô, a intensidade do campo gravitacional, que é um sexto do que temos na Terra, e a completa falta de resistência do ar são fatores-chave para determinar tal formato.
Passando esses dados visuais para fórmulas, foi possível que Hsu e Horányi traçassem o movimento da poeira em um gráfico (acima), transformando os rabos de galo da sonda em uma visualização matemática.
Feito isso, os cientistas usaram as mesmas fórmulas para traçar as trajetórias de partículas de poeira na Terra, levando em conta a resistência do ar. E como a resistência do ar afeta partículas de tamanhos diferentes tão drasticamente, eles pegaram dois valores para o pó terrestre para resultar em uma boa medida.
Com os valores calculados, os especialistas mostraram que em qualquer ambiente as partículas começam com a mesma velocidade inicial, mas seus caminhos balísticos são muito diferentes. A resistência do ar na Terra arrasta as partículas para baixo rapidamente, enquanto que, na Lua, a falta de resistência do ar fornece às partículas uma trajetória mais longa e demorada na suspensão.