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27/08/2014 às 07:01•3 min de leitura
Ventos no mar geram ondas que têm em média de 1,5 a 3 metros de altura. Durante tempestades e “ressacas” marítimas, esse número pode subir um pouco mais. Sabemos que terremotos também criam ondas gigantescas. Mas o que cria ondas do tamanho de prédios, que alguns surfistas experientes tanto cobiçam?
De acordo com um artigo do Smithsonian, o que causa essas imensas ondas é simplesmente a terra. Uma onda que se aproxima de uma linha costeira encontra as águas cada vez mais rasas e precisa desacelerar.
Com isso, a maior parte da energia que tinha impulsionado a onda para frente (e que fica armazenada abaixo da superfície) não tem para onde ir, a não ser para cima, de modo que a onda vai se tornando mais e mais alta. A taxa de intensidade da energia transferida para o crescimento das ondas depende de quão rápido o fundo do mar se eleva.
Por exemplo, se o fundo do oceano se torna mais raso abruptamente a partir de uma profundidade, isto terá um efeito mais dramático sobre a altura da onda do que se houvesse um aumento gradual. E é nesse tipo de topografia que as ondas gigantes são mais observadas. Confira abaixo os registros de algumas delas.
As ondas de Teahupo'o, no Taiti, são até modestas em altura, mas os surfistas as consideram como as mais pesadas. Lá, basicamente, há ondas espessadas por grande energia, que quebram na parte muito rasa. Por se formarem rapidamente e terem essa força, elas criam tubos perfeitos para o surfe.
No último dia 25 de agosto, o brasileiro Gabriel Medina venceu o Samsung Galaxy ASP World Championship Tour, em Teahupoo, derrotando o famoso surfista Kelly Slater e pegando ondas com cerca de quatro metros de altura.
Quando a maré sobre em Hangzhou, na China, uma onda chamada Silver Dragon viaja até o Rio Qiantang, se opondo ao sentido do fluxo do rio e gerando grandes ondas. A maior já registrada por lá foi a de 8,8 metros. É um tipo de pororoca que se torna mais intensa durante o mês de setembro.
O Banzai Pipeline em Oahu, Havaí, pode até não abrigar as ondas mais altas, mas talvez as mais perigosas. Essas formações são conhecidas por arremessar os surfistas em um recife de corais raso. Por essa razão, pelo menos dez pessoas podem ter morrido dessa forma por lá.
Há dez anos, o tsunami no Oceano Índico causou um estrago sem precedentes com mais intensidade na Indonésia, seguida por Sri Lanka, Índia e Tailândia, viajando a velocidades que alcançaram cerca de 800 km/h e invadindo cerca de dois quilômetros da superfície costeira. O fenômeno causado por um tremor matou cerca de 230 mil pessoas, tornando-se a onda mortal mais conhecida.
Em 2011, o surfista havaiano Garrett McNamara (na época com 44 anos) alcançou o recorde de maior onda já surfada na Praia do Norte, em Nazaré, Portugal. O recorde da onda de 23,7 metros foi reconhecido pelo Guinness.
Até 1995, no dia de Ano Novo, a plataforma de monitoramento na costa da Noruega registrou uma única onda de 25,6 metros. A explicação mais simples para este monstro é que duas ou mais ondas se encontraram em alinhamento e as suas cristas se combinaram em uma muito maior.
Em 1958, um terremoto seguido por um deslizamento de terra em Lituya Bay, no Alasca, gerou uma onda de 30,4 metros de altura, sendo o tsunami mais alto já documentado. Quando a onda correu em terra, ela devastou árvores imensas em uma grande curva ascendente. Cinco mortes foram registradas, mas os danos materiais foram mínimos, porque ainda existiam poucas cidades na região.
Nazaré (Portugal) – 30,4 metros
No dia 28 de outubro de 2013, o experiente surfista brasileiro Carlos Burle, de 46 anos, surfou uma onda de cerca de 30,4 metros, também na Praia do Norte, em Nazaré, Portugal. Burle concorreu ao prêmio de maior onda surfada no Billabong XXl Global Big Wave Awards 2014 e o Ride of the Year, porém a premiação não considerou totalmente o seu feito por ele não ter terminado completamente de surfá-la.
No entanto, de qualquer forma, o brasileiro enfrentou a onda horas depois de ter passado por uma situação tensa. Ele salvou a sua colega surfista Maya Gabeira, após ela ter quebrado o tornozelo durante uma manobra em uma grande onda e se afogado no mesmo local. Maya foi resgatada do mar por Carlos e se recuperou totalmente.