Estilo de vida
08/01/2017 às 05:00•2 min de leitura
Quem nunca viu em filmes de ação — e até em charges e desenhos animados — a cena em que algum líder mundial se senta diante daquele temido botão vermelho que, se for acionado, pode desencadear um apocalipse nuclear? E quem nunca ficou imaginando se, na vida real, esse icônico botãozinho (que poderia definir o destino da humanidade) existe de verdade?
De acordo com a BBC, a resposta a essa dúvida é bem simples: não, o botão vermelho não existe. Segundo a publicação, pelo menos no Reino Unido, embora a decisão final de iniciar ou não um ataque nuclear seja de responsabilidade do primeiro-ministro — ou do seu vice, em sua ausência —, existem diversos protocolos de segurança que devem ser seguidos antes que qualquer bomba seja lançada. A coisa toda é mais complexa do que você imagina.
Conforme explicou Paul Beaver, um especialista em defesa nacional consultado pela BBC, para começar, é muito, muito improvável que o premier britânico tome a decisão sobre o ataque sozinho. Ele provavelmente contará com a participação de várias pessoas no processo, entre elas o procurador-geral e o presidente da Comissão de Inteligência e Segurança.
Ainda segundo Beaver, o Ministério de Defesa conta com um sistema — em uma localização secreta — que produz uma sequência numérica que, por sua vez, deve coincidir com um código que fica armazenado em um cofre situado no interior do submarino nuclear a partir do qual o ataque é lançado.
Caso o primeiro-ministro dê a ordem, dois oficiais devem inserir em um computador os mesmos códigos — o que fica depositado no cofre e o emitido pelo sistema — simultaneamente a partir de locais separados no interior do submarino. Vale destacar que esses dois indivíduos precisam ter passado por testes exaustivos para comprovar sua estabilidade mental antes de serem selecionados para a tarefa.
Além disso, alguns dias após assumir o cargo, o primeiro-ministro deve redigir uma carta na qual atesta que, no caso de que ele e seu vice faleçam durante um ataque nuclear, a retaliação deve ocorrer — e é o oficial no comando do submarino quem fica responsável por dar a ordem.
De acordo com a BBC, o SIPRI (Instituto Internacional de Pesquisas para a Paz de Estocolmo) lista nove países com arsenais nucleares que somam, juntos, 16,3 mil ogivas. Segundo a publicação, o protocolo empregado em cada uma dessas nações no caso de um ataque é mantido em segredo.
No entanto, é bastante provável que exista um acordo entre os líderes— especialmente entre o primeiro-ministro britânico e os presidentes norte-americano e francês — com relação ao procedimento que deve ser adotado.