Artes/cultura
26/08/2018 às 03:00•3 min de leitura
Você já percebeu que muitas vezes, quando somos fotografados em ambientes escuros, aparecemos nas imagens com os olhos vermelhos? Embora esse “brilho demoníaco” seja supercomum quando usamos flash, por que ele aparece? Segundo o pessoal do site Today I Found Out, o efeito ocorre devido à forma como a luz do flash é refletida pelos nossos olhos e aos comprimentos de onda específicos rebatidos no processo. Então...
Como você sabe, o termo “luz” está relacionado a qualquer radiação eletromagnética — e não apenas àquelas do espectro visível — que, por sua vez, pode ser classificada como ultravioleta, raios X, micro-ondas, raios gama etc. Apesar de o espectro vivível pelos humanos apresentar as mesmas características que os demais tipos de radiação eletromagnética, os olhos conseguem perceber apenas uma pequena variedade de frequências refletidas pelos objetos.
Fonte da imagem: Reprodução/Wikipédia
A luz penetra nos olhos através da córnea e é percebida pela retina que, então, envia os estímulos através do nervo óptico ao cérebro, para que ele interprete essas informações na forma de imagens. A quantidade de luz que chega até a retina é controlada pela pupila, que se contrai ou se dilata dependendo da intensidade da claridade.
Em ambientes muito claros, nossas pupilas se contraem para diminuir a entrada de luz e, ao contrário, quando estamos em locais escuros, elas se dilatam para permitir a sua passagem. Entre a parte branca dos olhos — a esclera — e a retina existe uma estrutura repleta de vasos sanguíneos chamada coroide, a responsável por manter a camada mais externa da retina bem nutrida e oxigenada. E é aqui que a mágica dos olhos demoníacos acontece.
Fonte da imagem: Reprodução/Today I Found Out
Quando o flash da câmera é disparado, as pupilas não têm tempo suficiente para reagir e contrair, permitindo a entrada de uma grande quantidade luz que, então, é refletida pelo fundo do olho. Contudo, devido ao grande volume de sangue presente na coroide, a frequência da luz que a lente da câmera captura é a correspondente à da cor vermelha.
Isso significa que, quanto mais escuro for o ambiente no qual a foto é capturada, mais dilatadas estarão as nossas pupilas, aumentando, portanto, o efeito dos olhos vermelhos. Além disso, o ângulo com o qual a luz penetra nos olhos é o mesmo refletido por eles; assim, quanto mais próximo o flash estiver da lente, maior é a probabilidade de que a luz refletida pelos nossos olhos seja capturada pela câmera.
Fonte da imagem: pixabay
Para contornar esse problema, muitas câmeras contam com um sistema para evitar os olhos vermelhos. Se você possui um desses equipamentos, deve ter percebido que quando o dispositivo é acionado o flash dispara duas vezes. O primeiro flash faz com que as pupilas dos “modelos” no retrato se contraiam, e o segundo é disparado para iluminar a cena quando a fotografia é tirada.
Entretanto, se a sua câmera não conta com esse sistema, existem truques que podem ajudar. Um deles é contrair as pupilas imediatamente antes de ter a foto clicada — com a ajuda de uma fonte de luz, como a lanterninha do celular, por exemplo — ou, ainda, posicionar o flash longe da lente. Com esse segundo truque, aumentamos o ângulo com o qual a luz penetra em nossos olhos, diminuindo a chance de que ela seja refletida de volta para a lente.
Fonte da imagem: Shutterstock
Outros fatores também contribuem para que os olhos demoníacos apareçam nas fotos, como a quantidade de melanina presente nas camadas atrás da retina e a idade da pessoa sendo fotografada. Indivíduos com pele clara e olhos azuis tendem a ter menos melanina no fundo dos olhos, e é por isso que nessas pessoas o efeito normalmente é mais pronunciado.
Nas crianças, por exemplo, em ambientes com pouca luz as pupilas se dilatam mais depressa do que as dos adultos, contribuindo para que os pequenos apareçam com os olhos vermelhos com mais frequência nas fotos. Aliás, em retratos de crianças, quando a pessoinha aparece com um olho vermelho e o outro não, esse pode ser um indicativo da presença de um câncer chamado retinoblastoma.
*Publicado originalmente em 23/01/2014.
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