Ciência
17/07/2015 às 13:09•4 min de leitura
As opções de entretenimento estão ficando com um leque cada vez maior aos paulistanos (e talvez brasileiros em geral), que são carentes de programações diferentes. Geralmente a coisa se resume a um cineminha, um lugar para comer, um passeio no shopping, uma corrida no parque, uma baladinha noturna, de repente um boliche ou um teatro. São Paulo é imensa e oferece diversas opções de lazer, mas falta o “algo a mais”, embora a cidade seja gastronomicamente uma das melhores do mundo. O Escape Room tem uma proposta um pouco diferente, num conceito que está fresquinho aqui no Brasil.
Trata-se de uma casa na Vila Mariana, em São Paulo, que adota o modelo “Escape”, em que grupos de amigos de até 10 pessoas ficam confinados numa sala e devem resolver uma série de enigmas para escapar em 60 minutos. Deixe de lado esses apps que fazem tudo por nós hoje em dia, esqueça quaisquer consultas no Google ou traquitanas tecnológicas: você vai precisar da boa e velha inteligência “natural” para prosseguir – e conte com o seu instinto também.
A convite dos proprietários, Toni Wang e João Antonini, que nos receberam muito bem, fomos até o local em sete pessoas para testar uma das salas e ficamos a apenas um enigma (ou puzzle, como preferir) de escapar. Sorte? Não. Tentativa e erro? Um monte. Acertos? Alguns. Uso do raciocínio? Absolutamente necessário!
O Escape Room faz parte de um conceito inédito – e talvez intrigante – no Brasil. Conforme mencionado, um grupo com até 10 pessoas usa a inteligência, o raciocínio e muita criatividade em uma sala temática repleta de enigmas e quebra-cabeças que devem ser solucionados em 60 minutos. As pistas ficam espalhadas pelo cômodo, e todas devem ganhar atenção, pois nada está ali à toa – e muitas se cruzam para formar respostas aos enigmas.
Esse jogo presencial nasceu no Japão e rapidamente se espalhou pela Europa e América do Norte, atraindo aqueles que procuram superar seus desafios em salas temáticas, como celas de prisão, estações espaciais, aldeias de lobisomem, laboratórios e mais. Toni Wang e João Antonini são dois empreendedores brasileiros que, após diversas experiências pelo mundo, criaram e abriram as portas do Escape Room SP.
Uma das bases para isso é o desejo pelo desafio. Wang contou um pouco da história da dupla no exterior e, com nítida paixão no que faz, relatou a trajetória por trás da escolha na casa da Vila Mariana, que fica na rua Bagé, 268, em São Paulo. O empreendedor se declarou um jogador nato de RPGs tradicionais e disse que já mestrou muitas partidas.
Toni Wang conta um pouco de sua história a nós
“Joguei muito Dungeons & Dragons, Lobisomem, Vampire, Gurps, curto demais esse universo. Sempre fui jogador e já mestrei muitas partidas, então quem joga ou curte com certeza vai saber como funciona a lógica da coisa. É muito bom poder criar algo, uma história, espalhar isso num ambiente e ver pessoas se divertindo lá com a sua criação”, relatou Wang.
Antonini, por sua vez, complementa o sócio e acredita que o desejo por desafio é algo que todos têm. “Acreditamos que as pessoas gostam de ser desafiadas. Existe uma sensação inigualável de encontrar um problema e conseguir superá-lo. Nesses momentos encontramos nossas habilidades, raciocínio lógico, criatividade, percepção nos detalhes, comunicação e liderança, entre outros talentos. Essa é a experiência que você vai ter no Escape Room SP, uma casa aparentemente normal, mas que impõe inúmeros desafios a um grupo de pessoas, com um objetivo simples: sair da sala”, ressaltou.
O Escape Room SP está presente na Vila Mariana estrategicamente porque, na visão dos proprietários, o local tem a cara de São Paulo. “A Vila Mariana é um bairro universal, pois tem casas e prédios residenciais e comerciais, bares, restaurantes, universidades e colégios. Ou seja, um público bem eclético, como São Paulo”, opina Wang.
Nessa sala, que está próxima de ser inaugurada, o grupo estará no ateliê de um artista, com diversas obras de arte. Porém, ao entrar lá, as pessoas percebem que estão presas no esconderijo de um falsificador prestes a fugir do país. Em 60 minutos, o grupo precisa descobrir pistas sobre o “artista” e escapar dessa armadilha antes que o bandido fuja.
Já a sala LADO B, na qual estivemos, faz você lembrar dos tempos de criança quando sonhava em ser um cientista, criar fórmulas mirabolantes, descobrir novos elementos e até viajar na velocidade da luz. Estamos falando “dele”, que dobrou as leis da física e obteve resultados surpreendentes. Em 60 minutos, é preciso descobrir como isso aconteceu antes que algo descontrolado ocorra.
Galeria 1
Mas se dermos mais spoilers aqui, perde a graça, certo? Um dos aspectos mais interessantes do Escape Room SP é que os enigmas seguem um esquema não linear, ou seja, os puzzles não têm necessariamente uma “ordem” certa, e todos os elementos devem ser resguardados com cautela – e atenção –, pois têm algum significado.
Outra coisa bacana é o agradável ambiente do salão principal. Enquanto os participantes aguardam, podem se divertir com enigmas clássicos do entretenimento, como cadeados, peças de ferro entrelaçadas que podem ser separadas, itens de montar e mais.
Não é preciso usar força, mas sim a força
Há várias plaquinhas com dicas de como o usuário pode utilizar os objetos dispostos no hall principal. "Não é preciso usar força, mas sim a força", diz uma delas. Atualmente, o local dispõe da sala LADO B. A sala ATELIÊ será inaugurada em breve, e a ideia é ter quatro opções até o fim do ano – sendo que uma com temática de terror também está a caminho!
Galeria 2
Para viver os desafios do Escape Room SP, o jogador precisa acessar o site escaperoomsp.com, escolher a sala, agendar data, horário e efetuar o pagamento online. No dia reservado, os participantes devem chegar 15 minutos antes do horário marcado para receber instruções sobre a sala escolhida.
O preço por pessoa é de R$ 79,90. Planeje sua agenda com antecedência, pois a demanda é alta. O local funciona aos finais de semana e feriados das 13h às 23h e fica na rua Bagé, no bairro Vila Mariana, em São Paulo, próximo ao metrô Ana Rosa.
O você que acha do conceito “Escape”, um novo tipo de entretenimento em São Paulo (e no Brasil)? Comente no Fórum do TecMundo.