Artes/cultura
08/09/2016 às 09:00•2 min de leitura
O depoimento de uma jovem chamada Natalie Holborow chamou a atenção recentemente. Ela, que é do País de Gales, sofreu de diabulimia quando tinha apenas 22 anos de idade. Hoje, recuperada, contou como tudo aconteceu em um relato sincero e chocante.
Segundo Natalie, na época ela já estava muito magra, sofria bullying e resolveu contar com a “ajuda” da insulina, substância que faz parte do seu tratamento para o diabetes tipo 1. Nessa altura, ela disse que já não conseguia pensar de forma racional, que vivia com frio o tempo todo, que perdia cabelos e que seus hormônios estavam desequilibrados.
A relação entre a perda de peso e a insulina, que é o que caracteriza a diabulimia, está no fato de que as pessoas com esse tipo de diabetes simplesmente usam menos insulina do que devem, pois sabem que isso provoca perda de peso.
Infelizmente, a diabulimia não é reconhecida ainda como uma condição médica, mas sim como um espectro dos transtornos alimentares. É preciso mudar essa questão, no entanto, uma vez que estamos falando de pessoas que, além de perderem muito peso, não tratam o diabetes da maneira ideal, já que diminuem a quantidade de insulina que precisam aplicar diariamente.
Ainda que se fale pouco sobre o tema, a estimativa é a de que 40% das mulheres entre 15 e 40 anos que tratam o diabetes tipo 1 já restringiram, em algum momento da vida, a ingestão de insulina para controle de peso.
Para Jacquelin Allan, da DWED, uma instituição de caridade que trabalha com pessoas diabéticas e que têm transtornos alimentares, é necessário que as pessoas tenham mais informações sobre a relação entre o diabetes e os transtornos alimentares – sem insulina, um paciente que tenha diabetes tipo 1 pode morrer facilmente e em pouco tempo. Parte da solução seria oferecer tratamentos psicológicos também a essas pessoas.
Para Allan, é preciso deixar claro que a diabulimia é uma doença que prejudica a saúde mental do paciente, assim como a bulimia e a anorexia, mas com os agravantes do diabetes. Você já tinha ouvido falar desse tipo de transtorno alimentar antes?