Ciência
08/10/2024 às 21:00•2 min de leituraAtualizado em 08/10/2024 às 21:00
O soviético Yuri Alexeievitch Gagarin colocou definitivamente o seu nome na história: ele foi o primeiro ser humano a viajar pelo espaço. O voo ocorreu em 12 de abril de 1961, enquanto ele estava a bordo da espaçonave Vostok 1.
Ter participado desse evento incrível não impediu que Gagarin tivesse uma morte precoce e trágica. Ele morreu no dia 27 de março de 1968, quando tinha apenas 34 anos, em um voo de treino rotineiro. Mas, por muito tempo, esse acontecimento foi envolto por mistérios.
Em um dia com neve em março de 1968, o jato MiG-15 UTI decolou da base aérea de Chkalov, perto de Moscou, para um voo de treinamento de rotina. Dez minutos depois, o piloto da aeronave comunicou por rádio ao controle de tráfego aéreo que estava interrompendo o voo e solicitando permissão para pousar. Nesse momento, a transmissão caiu.
Duas explosões foram ouvidas à distância. Três horas depois, a equipe de busca descobriu uma cratera fumegante em uma floresta. A aeronave colidiu com o terreno e praticamente se desintegrou. Dentro dela, estavam dois homens. Um era o experiente coronel Vladimir Seryogin, que era piloto de testes e herói durante a Segunda Guerra Mundial. Já o segundo era o coronel Yuri Gagarin, um dos homens mais famosos da União Soviética
A morte dos dois, mas especialmente a de Gagarin, deixou a nação soviética em luto. Mas até hoje há muitas dúvidas sobre o que teria acontecido neste voo trágico.
Após o acidente, o governo soviético decretou um período de luto nacional em memória de Yuri Gagarin. As duas vítimas foram cremadas no dia seguinte, e suas cinzas foram enterradas na Necrópole da Muralha do Kremlin.
A aeronave usada no treino desse dia, chamada de MiG-15UTI no. 612739, havia sido reparada em duas ocasiões antes do acidente. Já Gagarin começou a usar esse equipamento durante seu treino de verão, ocorrido entre 13 e 22 de março de 1968, dias nos quais ele realizou 18 voos, permanecendo 7 horas no ar.
No dia fatídico, Gagarin e Seryogin decolaram do aeroporto Chkalovskiy em Shchyolkovo. A visibilidade era normal, mas a altura inferior da cobertura das nuvens era de 600 metros acima da superfície de inverno. A instrução é que os voos deveriam durar mais que 20 minutos, mas 8 minutos após a decolagem, Gagarin anunciou o término da missão e pediu para pousar. Em seguida, o contato foi perdido e concluiu-se que a aeronave ficou sem combustível. Horas depois, detritos da aeronave e restos mortais dos pilotos foram encontrados.
Uma forte teoria sugeria que Gagarin e seu colega caíram com o MiG-15UTI por terem se desviado de um objeto voador não identificado, como um balão ou um pássaro. Essa manobra teria feito o avião cair e os dois morrerem.
Mais recentemente, um relatório liberado pelo governo russo trouxe à tona as informações relatadas por Aleksey Leonov, que foi o primeiro homem a fazer uma caminhada espacial, em 1965. Ele contou que era o responsável pelos treinamentos de saltos de paraquedas. No dia 27 de março, o clima estava ruim, com chuva, vento e neve. Por isso, houve o cancelamento dos saltos.
Mas enquanto esperava o cancelamento oficial do treinamento, Leonov ouviu o barulho de um avião explodindo. Segundo informou às autoridades, houve uma violação nos procedimento de voo com um avião chamado SU-15: ele deveria estar voando a uma altitude de 10 mil metros ou mais, e não a 450-500 metros. Assim, esse avião passou perto do de Gagarin, que teve que fazer uma manobra a uma velocidade de 750 km/h.
De acordo com Leonov, a passagem deste avião, que era maior e mais pesado que a espaçonave MiG-15, fez que a nave ocupada por Gagarin virasse de cabeça para baixo. O nome do piloto que estava do SU-15 nunca foi revelado.