
Mistérios
13/03/2025 às 18:00•3 min de leituraAtualizado em 13/03/2025 às 18:00
Ao longo de toda a história, muitas pessoas que passaram por situações de perigo disseram ter sentido uma presença invisível que as ajudaram a ficar mais seguras. Esse fenômeno já foi descrito cientificamente como Síndrome do Terceiro Homem, mas há quem prefira chamar como uma interferência de "anjos da guarda".
Casos desse tipo já foram descritos por pessoas que estiveram entre a vida e a morte, seja por estarem presas em montanhas, em cavernas subaquáticas e até nas Torres Gêmeas antes que elas ruíssem. A seguir, conheça três casos famosos.
Em maio de 1916, o explorador britânico Ernest Henry Shackleton partiu em uma missão aterrorizante. Ele estava no Ártico e seu navio Endurance ficou preso no gelo. Por isso, ele e mais dois membros da tripulação saíram para buscar ajuda em uma estação baleeira em Stromness.
Mais tarde, Shackleton afirmou que teria sentido a presença de uma quarta pessoa que os guiou durante a difícil jornada pelas montanhas. “Sei que durante aquela longa e extenuante marcha de trinta e seis horas sobre as montanhas e geleiras sem nome da Geórgia do Sul, muitas vezes me pareceu que éramos quatro, não três”, escreveu ele em um livro biográfico.
Seus companheiros de jornada, Tom Crean e Frank Worsley, também sentiram a presença de um quarto membro. Worsley chegou a escrever: "Havia de fato uma coisa sobre nossa travessia da Geórgia do Sul, uma coisa que eu nunca fui capaz de explicar. Sempre que eu revisava os incidentes daquela marcha, eu tinha a sensação subconsciente de que éramos quatro, em vez de três".
Em 1933, o montanhista inglês Frank Smythe se desafiou a um feito inédito: chegar ao topo do Monte Everest. Só que, ao longo do caminho, ele sentiu que alguém estava ao seu lado.
A ideia de Smythe não era de escalar a famosa montanha sozinho, já que havia iniciado a expedição com outros colegas. Mas situações complicadas começaram a tornar a jornada mais difícil e seus companheiros desistiram da subida. Enquanto isso, Smythe continuou.
Conforme subia em direção ao cume, o montanhista começou a experimentar a síndrome do terceiro homem. De acordo com seu relato, ele sentiu uma presença tão forte que em um certo momento chegou a se virar para oferecer um lanche para seu companheiro invisível.
Ele acabou não chegando ao cume da montanha, mas sobreviveu. Mais tarde, Smythe declararia: “Todo o tempo em que eu estava escalando sozinho, eu tinha uma forte sensação de que estava acompanhado por uma segunda pessoa. A sensação era tão forte que eliminou completamente toda a solidão que eu poderia ter sentido".
O montanhista italiano Reinhold Messner resolveu, em 1970, fazer uma escalada perigosa na montanha Nanga Parbat, no Himalaia, ao lado de seu irmão Günther. Os dois conseguiram chegar no topo da montanha, mas tiveram problemas durante a descida da Face Diamir.
Neste momento da aventura, uma estranha terceira presença teria aparecido para ajudá-los. Messner descreveria essa sensação em um livro em 2011: “Em uma seção, as pontas frontais dos nossos grampos estavam apenas alguns milímetros de profundidade no gelo duro e vítreo. (...) De repente, havia um terceiro alpinista ao meu lado. Ele estava descendo conosco, mantendo uma distância regular um pouco à minha direita e a alguns passos de mim, fora do meu campo de visão. Eu não conseguia ver a figura e ainda manter minha concentração, mas tinha certeza de que havia alguém lá. Eu podia sentir sua presença; eu não precisava de provas".
Contudo, o "terceiro homem" não podia fazer milagres, e Günther morreu tragicamente durante a descida. Anos depois, Messner daria uma nova explicação para o fenômeno que ele havia experimentado: “Consegui entender que o terceiro homem era apenas eu me observando de um plano diferente de existência”.