Ciência
01/10/2024 às 06:00•3 min de leituraAtualizado em 01/10/2024 às 06:00
Em 1951, Luis Armando Albino era um menino de 6 anos quando foi sequestrado enquanto brincava em um parque em Oakland, Califórnia, quando estava acompanhado de seu irmão mais velho.
Esta seria mais uma história triste de desaparecimento se não fosse por um detalhe: Albino foi encontrado 73 anos depois. Isso foi possível por uma combinação de vários fatores: testes de DNA, fotos antigas, recortes de jornais e a persistência de seus parentes. Conheça a seguir sua incrível história.
Em 1951, Luis Armando Albino estava brincando com seu irmão Roger em um parque quando foi levado por uma mulher desconhecida. Tudo aconteceu no breve momento em que seu irmão estava de costas.
A sequestradora o atraiu com a promessa de entregar doces à criança. Nos dias seguintes, ela o carregou para o outro lado do país, onde ele foi criado como filho de um casal. Mesmo que sua família tenha o procurado incansavelmente, com o apoio do FBI e da Guarda Costeira, além de vários interrogatórios feitos com Roger, nenhuma pista apareceu.
Foram setenta anos sem resposta, mas os familiares nunca se esqueceram dele. Por anos, sua mãe ligou frequentemente para a polícia para descobrir novas informações, até que morreu em 2005, aos 92 anos. Só que, em 2020, sua sobrinha, Alida Alequin, resolveu enviar o seu DNA para um site de ancestralidade e descobriu que ela era parente de um homem na Costa Leste. Surgia então a primeira pista em décadas.
Isso fez com que as autoridades reabrissem o caso. Em 2024, a polícia por fim confirmou que Albino estava vivo, e bem.
Quando foi encontrado, Luis Armando Albino já era um bombeiro aposentado, veterano da Marinha e avô de várias crianças. Ele pode finalmente se reunir com sua família original por conta de um esforço de sua sobrinha Alida.
Segundo Alida disse ao The Mercury News, sua avó sempre acreditou que o filho estivesse vivo. “Todo esse tempo a família continuou pensando nele. Eu sempre soube que tinha um tio. Nós falávamos muito dele. Minha avó carregava o artigo original na carteira e ela sempre falava sobre ele. Uma foto dele sempre ficava pendurada na casa da família", declarou.
Depois da morte da avó, ela teve a ideia de seguir adiante com a investigação. Em 2020, resolveu mandar seu próprio DNA para um site de ancestralidade, que retornou indicando que havia 22% de correspondência com um homem desconhecido na Costa Leste. Alida tentou contatá-lo, mas não conseguiu.
Até que, no início de 2024, a moça encontrou uma foto de Albino e seu irmão mais velho enquanto fazia uma pesquisa em uma biblioteca local. Ela juntou os seus resultados de DNA com a foto e os levou para a polícia de Oakland, que decidiu reabrir a investigação.
A notícia tão esperada chegou no dia 20 de junho de 2024. A emoção tomou a família. “No meu coração eu sabia que era ele, e quando recebi a confirmação, soltei um grande sim. Nós não começamos a chorar até depois que os investigadores foram embora. Eu agarrei as mãos da minha mãe e disse: 'Nós o encontramos'. Eu estava em êxtase", compartilhou Alida.
Quatro dias depois, Luis Armando Albino chegou a Oakland para finalmente se reencontrar com sua família biológica, o que incluía seu irmão Roger. Eles se uniram em um longo abraço, e Albino compartilhou com seus parentes o que aconteceu com ele nos anos passados desde o seu sequestro: serviu como fuzileiro naval no Vietnã, trabalhou como bombeiro e teve filhos e netos.
Dois meses depois do reencontro, seu irmão faleceu. “Acho que ele morreu feliz. Ele estava em paz consigo mesmo, sabendo que seu irmão foi encontrado. Fiquei muito feliz por poder fazer isso por ele e lhe trazer encerramento e paz", concluiu Alida, que acredita que sua história deveria servir de exemplos para as tantas famílias com entes desaparecidos.