Conheça a história de 6 das maiores drag queens do século passado

14/11/2017 às 04:003 min de leitura

Hoje em dia, o programa “RuPaul's Drag Race” colocou as drag queens no centro dos holofotes com uma competição divertida e cheia de glamour. Porém, BeBe Zahara Benet, Tyra Sanchez, Sharon Needles, Bianca Del Rio e as demais participantes só alcançaram o sucesso depois que inúmeras outras drags soltaram suas asas no século passado.

Se hoje o transformismo ainda é visto com muito preconceito, décadas atrás ele era ainda maior. Isso não impediu, entretanto, que vários homens se destacassem com personagens femininas. Por isso, conheça seis das maiores drag queens de todos os tempos!

undefinedRuPaul comanda o reality show "RuPaul's Drag Race"

1. As Rocky Twins

Dois gêmeos noruegueses, Leif e Paal Roschberg, fizeram enorme sucesso ao imitarem as lendárias gêmeas húngaras Dolly Sisters, em Paris, na década de 1920. Talentosos como dançarinos de jazz, foi através de performances femininas que os irmãos estouraram. Eles chegaram até mesmo a estrelar grandes produções do cinema francês, como “L’Argent” (1928).

Depois de arrasarem na Europa, os Estados Unidos se tornaram um caminho natural. Com feições belas e andróginas, as Rocky Twins participaram de diversos espetáculos em Hollywood. A meteórica carreira de sucesso acabou em 1937, quando Paal e Leif decidiram se separar. Isso não os impediu, entretanto, de entrar para o hall da fama do universo drag.

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2. Barbette

A drag Barbette nasceu Vander Clyde, no Texas (EUA), entre 1898 e 1904 – o ano exato é um mistério. Sua origem enigmática não foi empecilho para ela se tornar uma das mais famosas drag queens de Paris em sua época.

Sua descoberta no universo feminino é curiosa. Vander foi chamado para substituir uma das irmãs Alfaretta, que faziam sucesso no trapézio circense. Com a morte de uma delas, a vaga ficou em aberto, mas era necessário que ele se vestisse de mulher para o espetáculo poder continuar como estava previsto.

A primeira aparição como Barbette foi em 1919. Com movimentos graciosos no trapézio, ela encantou a todos com sua delicadeza e suavidade acrobática. Ao final da apresentação, uma surpresa: Barbette arrancou a peruca, se mostrou como homem e ainda ensaiou poses típicas de halterofilista exibindo seus músculos – algo extremamente masculino.

Com passagens pelo Cassino de Paris, pelo Folies Bergere e pelo Moulin Rouge, Barbette se tornou um dos maiores ícones do universo drag, até se afastar do glamour dos palcos no final dos anos 30, vítima de pneumonia e poliomielite, que enfraqueceram suas articulações. Ela continuou trabalhando com arte, mas nos bastidores, até cometer suicídio em 1973.

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3. Julian Eltinge

Willian Julian Dalton nasceu em 1881, mas foi sob nome de Julian Eltinge que atingiu o sucesso no meio artístico europeu do começo do século passado. Sobre sua vida particular pouco se sabe – dizem que era homossexual, mas, reprimido pelo pai, acabou tendo uma vida dupla e se casando.

Apesar disso, a drag Julian Eltinge teve aprovação da mãe, que incentivava o então garoto de 10 anos a vestir suas próprias roupas. Ainda em sua formação, teve aulas de dança que a ajudaram em suas performances a ponto de ser considerada a melhor drag queen de sua época. Julian rodou a Europa e os Estados Unidos com seu talento artístico.

No teatro, fez sucesso com o papel principal de “A Viúva Fascinante”. Tanto que se tornou um dos mais bem pagos artistas de sua época: US$ 250 mil por apresentação. Dos palcos para o cinema foi um pulo, mas a Grande Depressão do começo dos anos 30 afundou sua carreira.

Julian se tornou alcoólatra e passou a se apresentar em muquifos. A causa de sua morte não é clara: alguns dizem que a famosa drag morreu em decorrência de diversas doenças, mas outros apontam o suicídio, em 1940, como o fim de uma vida dedicada à arte.

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4. Bert Savoy

Aos 14 anos, Everett McKenzie se tornou Bert Savoy e brilhou no universo drag no começo do século passado. Craque na dança de salão, Bert era uma espécie de “dançarina de aluguel”, sendo par de diversos homens em clubes dos anos 20 e 30.

Além da dança, McKenzie também tentou a sorte em outra área: a astrologia. Dando vida à cartomante Madame Veen, entretanto, ele foi preso e desistiu dessa carreira. Ele se casou, então, com uma corista e voltou a se apresentar como Bert Savoy em espetáculos de vaudeville e da Broadway. A fama foi instantânea, e Bert se tornou uma das maiores drags norte-americanas de sua época.

A carreira, entretanto, foi curta. Ela estava passeando pela praia de Long Beach, nos EUA, quando foi atingida por um raio e faleceu na hora.

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5. Lavern Cummings

Uma das maiores drag queens do século 20, Lavern Cummings encantava a todos com sua beleza estonteante e sua voz de soprano. Uma de suas marcas registradas era o seu impecável cabelo natural – ao contrário da maioria das drags, que usava peruca.

Nos anos 30, a companhia Jewel Box Revue apostou no transformismo montando um espetáculo itinerante apenas com drag queens. Lavern fez parte do elenco a partir dos anos 50 e chamou a atenção por sua voz. Ela arrebatava a plateia tanto com timbres femininos quanto masculinos.

O auge do sucesso veio a partir de 1956, quando ingressou no Finocchio’s Club, em San Francisco (EUA). Ela fez carreira como cantora e se apresentou nessa boate por três décadas.

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Para finalizar, nos lembramos de um discurso de RuPaul – a famosa apresentadora do reality show que tem revelado diversas drag queens sensacionais: “Tudo o que você proclama como ‘sua identidade’ aqui no reino material também é o seu ‘transformismo’. Você não é a sua religião. Você não é a sua cor de pele. Você não é o seu sexo, sua política, sua carreira ou seu estado civil. Você não é nenhuma das coisas superficiais que este mundo considera importante. O seu verdadeiro ‘eu’ é a força da energia que criou o universo inteiro”.

*Publicado em 21/09/2015

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