Estilo de vida
15/05/2017 às 04:10•2 min de leitura
Ainda que o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade seja visto como uma questão comportamental, um novo estudo revelou que a condição parece estar marcada também por uma diferença na formação do cérebro.
O maior levantamento de imagiologia cerebral já feito revelou que pessoas com TDAH têm pequenas diferenças estruturais no cérebro. Nos EUA, 5% dos adultos e 11% das crianças têm o diagnóstico do transtorno, que se manifesta por dificuldade de prestar atenção, comportamento impulsivo, irritabilidade e esquecimento.
A pesquisa, que comprova a questão fisiológica do transtorno, é uma boa maneira de combater os preconceitos em relação ao TDAH, que muitas vezes é visto como preguiça, falta de caráter e de motivação. Agora, com esse levantamento, podemos dizer que o TDAH é tão real quanto outros distúrbios neuropsiquiátricos como a depressão e o transtorno obsessivo-compulsivo.
A geneticista responsável pela pesquisa, Dra Martine Hoogman, da Universidade Radboud, da Holanda, disse esperar que o estudo possa dar mais compreensão sobre a doença: “Esta pesquisa mostra que há substratos neurobiológicos [alterações cerebrais] envolvidos – assim como em outros transtornos psiquiátricos e não há razão alguma para tratar o TDAH de forma diferente”, disse ela, em declaração publicada no The Huffington Post.
A pesquisa foi realizada por meio da análise de ressonâncias magnéticas dos cérebros de mais de 3,2 mil pessoas entre 4 e 63 anos de idade. Os exames mediam o volume total do cérebro e o volume de sete regiões cerebrais que têm relação com o TDAH – de todos os participantes, cerca da metade tinha o diagnóstico do transtorno.
As imagens revelaram que, das sete regiões cerebrais analisadas, cinco eram menores em pessoas diagnosticadas com o transtorno – entre elas estão a amígdala, que é uma estrutura envolvida no processamento de sentimentos como os de medo e de prazer; e o hipocampo, que trabalha com o aprendizado e memória. As outras regiões diferenciadas são as que trabalham com nosso sistema de recompensa e com o processamento da dopamina, um neurotransmissor que controla a motivação e a sensação de prazer.
As diferenças, no entanto, foram mais significativas em crianças do que em adultos, o que pode indicar que o TDAH envolve atraso no desenvolvimento cerebral.
Durante a pesquisa, 455 dos participantes estavam usando medicação para o tratamento dos sintomas, e 600 já haviam feito algum tipo de tratamento medicamentoso no passado, mas não estavam em tratamento agora. Essas variações sugerem também que as diferenças nas estruturas cerebrais não têm relação com o uso de medicamentos.
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