Brilho Eterno? Cientistas conseguem selecionar memórias e apagá-las

26/06/2017 às 10:212 min de leitura

Se você assistiu “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças", possivelmente se lembra do enredo do filme, que trabalhava com a ideia de deletar memórias e com as consequências disso. A temática usa justamente o tipo de lembrança que as pessoas geralmente gostariam de não ter: aquelas que construíram ao lado de um amor que não deu certo.

Uma nova pesquisa, conduzida por neurocientistas do Centro Médico da Universidade de Columbia e da Universidade McGill, finalmente colocou em prática o que até agora parecia ser assunto apenas da ficção: basicamente, eles conseguiram apagar com sucesso lembranças dos neurônios dos moluscos nudibrânquios, e o mesmo poderá ser feito com o cérebro humano.

As lembranças foram apagadas por meio da manipulação de proteínas cerebrais fundamentais para a formação de memórias. O que já se comprovou foi que as moléculas de proteína quinase M (PKM) facilitam tanto a criação quanto a manutenção de memórias, enquanto a proteína KIBRA protege as PKM.

Quando essas proteínas têm suas funções interrompidas, memórias podem literalmente ser apagadas, total ou parcialmente. Outra descoberta interessante feita nesse novo estudo revela que os neurônios não são prejudicados quando as proteínas são desativadas – ou seja: após uma memória ser deletada, a função neuronal simplesmente se adequa e volta a funcionar como antes de a memória ter sido criada, conforme explicou Wayne Sossin, que participou da pesquisa.

O que você deletaria?

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Os cientistas pensam em usar esse tipo de tecnologia no futuro para apagar memórias humanas que tenham a ver com trauma e que desencadeiem crises de ansiedade – nada de querer apagar o romance que não deu certo, como foi com as personagens do filme.

Antes que você já queira marcar sua consulta, calma lá: esse tipo de recurso ainda não tem data de previsão para ser testado em humanos, e é bem possível que a coisa toda demore a acontecer de verdade. De qualquer maneira, é interessante pensar no poder de interferência que a Ciência ainda terá em nossa mente.

Vale lembrar que mesmo as memórias mais ruins servem para nos ajudar a criar percepções sobre nós mesmos e são parte importante do que forma nossa identidade pessoal. Mudar nossas lembranças possivelmente alteraria traços importantes de nossa vida e, inclusive, de nossa personalidade. O que você pensa sobre o assunto?

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