Artes/cultura
06/06/2013 às 09:10•2 min de leitura
Crédito: Shutterstock
O HPV (papiloma vírus humano) é uma doença sexualmente transmissível e perigosa para a saúde da mulher, pois pode causar o câncer do colo do útero se não for tratada. Além disso, tem sido pesquisado o perigo da transmissão do vírus da mãe contaminada para o bebê durante o parto, alertando ainda mais para a prevenção.
O papiloma vírus causa verrugas no órgão genital, porém em muitos casos ele pode ser assintomático, fazendo com que mulheres grávidas que não sabem que têm acabem por transmitir o vírus para o bebê. “Existem muitos mitos quanto a transmissão. E o que as futuras mães precisam saber é que detectar o vírus o quanto antes pode evitar a contaminação do recém-nascido, além de evitar um câncer nela, alerta a ginecologista e obstetra Dra. Bárbara Murayama.
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Por essa razão, as mulheres que estão querendo engravidar devem prestar ainda mais atenção ao HPV e fazer os exames preventivos necessários. Ele pode ser detectado no Papanicolau, um exame que deve ser de rotina na vida da mulher sexualmente ativa, devendo ser realizado anualmente ou mesmo a cada seis meses.
Com o diagnóstico, o tratamento pode ser realizado com remédios ou cirurgicamente através de cauterização química, eletro-cauterização, crioterapia ou laser. Além do controle, que é parte fundamental do tratamento, que inclui o exame de colposcopia e vulvoscopia, que avaliam a região com um tipo de microscópio.
Durante a gravidez, essa intervenção é mais difícil, mas o risco para o bebê diminui quando a detecção e tratamento da doença acontecem antes do parto. Por isso é tão importante fazer exames e realizar o tratamento até antes de engravidar.
Em um estudo, feito com 469 coreanas, 72 apresentaram o vírus e 20,8% delas passaram a doença para os bebês. Essa pesquisa não identificou o HPV nem na placenta, nem no cordão umbilical, justificando que a transmissão não ocorreu durante o crescimento do bebê no útero. Assim, investigação se voltou, então, para o momento do parto.
As mulheres com HPV que tiveram o filho por parto normal, e que tinham vários tipos de HPV ao mesmo tempo, o que não é tão incomum, mostraram maior contaminação do bebê. “A melhor forma de evitar a transmissão entre mãe e bebê é, antes da gravidez, fazer os exames e tratamentos necessários. Mas se detectada verrugas causadas por HPV no canal vaginal e não houver tempo para tratar antes do parto, será o momento de sugerir uma cesariana em que não há contato com as áreas contaminadas” explica a Dra. Bárbara.
O mesmo estudo mostrou que dois meses depois do parto, os bebês que nasceram com HPV não tinham mais sinais do vírus. “Ao ver esse resultado, muitas pessoas pensam ‘então está tudo bem’, mas, diante da fragilidade de um recém-nascido, preservá-lo de uma infecção previsível pode ser muito importante, já que o sistema imunológico ainda está aprendendo a se proteger”, conclui a Dra. Bárbara.
Dra Bárbara Murayama
Ginecologista e obstetra, especialista em Histeroscopia pela Unifesp, membro da FEBRASGO e diretora clínica da Gergin.
gergin.com.br