Ciência
28/10/2014 às 13:30•3 min de leitura
Você é do tipo que curte conhecer a história de pessoas corajosas que, mesmo contra todas as probabilidades, resolveram se lançar em aventuras perigosas e, sem pestanejar, saíram para desbravar os limites do mundo? Nesse caso, você vai gostar de conhecer um pouco mais sobre os quatro personagens que reunimos a seguir — selecionados a partir de uma interessante lista publicada pelo pessoal do site ListVerse. Confira:
Esta incrível francesa foi, além de uma corajosa exploradora, jornalista, cantora de ópera, budista, escritora, anarquista e orientalista. Alexandra iniciou suas viagens cedo e, aos 18 anos de idade — isso no final do século 19 — já havia visitado sozinha vários países europeus, o que era extremamente atípico para a época. A aventureira até tentou se casar e levar uma vida tranquila, mas em 1911, aos 42 anos, ela abandonou o marido e se mandou para a Ásia.
Alexandra foi para Siquim, na divisa da Índia com o Nepal, e lá aprendeu o idioma nepalês. Durante sua estada, ela adotou um jovem monge chamado Aphur Yongden e se tornou a primeira pessoa europeia a conhecer o Dalai Lama. Entretanto, o maior feito de Alexandra foi ter visitado a cidade Lhasa, cujo acesso era proibido a estrangeiros e, principalmente, a mulheres. Aliás, essa intrusão resultou em sua expulsão de Siquim.
Da Índia, Alexandra foi com Yongden até o Japão, mas, decidida a voltar para o Nepal, resolveu entrar no país disfarçada de peregrina budista. Para isso, a francesa teve que escurecer a pele para poder se passar por uma mulher tibetana. O truque deu certo, e Alexandra passou dois meses em Lhasa antes de voltar para a Europa e começar a escrever seus vários livros sobre suas aventuras pelo mundo.
A dupla da foto acima, formada por Edmund Hillary e Tenzing Norgay, foi a primeira a alcançar o topo do Everest, isso em maio de 1953. No entanto, como Norgay era apenas um guia sherpa, quem ficou mais famoso pelo feito foi o neozelandês Hillary, embora isso não tenha impedido que o nepalês se tornasse uma celebridade em seu país e na Índia.
Mas, voltando a Norgay, o guia já havia tentado atingir o cume do Everest outras seis vezes, portanto, já tinha bastante experiência quando saiu com Hillary para a expedição. Na verdade, a equipe era liderada por um alpinista chamado John Hunt que, originalmente, enviou outra dupla — formada por Tom Bourdillon e Charles Evans — para a primeira tentativa de chegar ao topo do monte.
Contudo, a 90 metros verticais do cume, os alpinistas ficaram sem oxigênio e tiveram que voltar para a base, abrindo caminho para Hillary e Norgay. O neozelandês insistiu que o nepalês fosse seu parceiro de escalada, já que, em uma etapa anterior da expedição, durante um acidente no qual Hillary escorregou e caiu por uma fenda, por pouco o guia conseguiu salvar sua vida.
Nansen foi um explorador norueguês responsável por vários feitos, como liderar uma equipe através de uma travessia pelo interior da Groelândia e fazer uma expedição pelo Polo Norte. Entretanto, o que tornou Nansen famoso foi a forma como ele organizou suas viagens. Para a jornada através da Groelândia, o norueguês resolveu reunir uma equipe menor e desenvolver equipamentos novos e mais leves para dispensar o uso de animais ou máquinas de transporte.
Além disso, em vez de iniciar a viagem a partir do oeste para o leste — que era o habitual, pois o oeste era habitado e, portanto, as expedições tinham para onde voltar em caso de problemas —, Nansen partiu no sentido oposto, o que não deixava outra opção além de seguir sempre adiante. Apesar de ser considerada por muitos como uma expedição suicida, o norueguês e sua equipe completou a travessia em dois meses.
E essa não foi a expedição mais maluca de Nansem! Quando o norueguês resolveu ir ao Polo Norte, ele também optou por fazer uma viagem pouco convencional, tirando proveito das correntes oceânicas do Ártico. O explorador decidiu deixar que sua embarcação ficasse congelada em um bloco de gelo e, então, se deslocasse naturalmente em direção ao polo. Nansen só voltou da expedição três anos mais tarde, depois de ter sido dado como morto.
Considerado como um dos principais personagens da Idade Heroica da Exploração da Antártida, o geólogo australiano Douglas Mawson fez parte da primeira expedição já organizada para chegar ao Polo Sul. O aventureiro foi nomeado líder de sua equipe — a Expedição Antártica Australasiática — em 1911, composta por outros dois homens, o oficial britânico Belgrave Ninnis e o célebre esquiador suíço Xavier Mertz.
O objetivo do time era o de explorar a costa da Antártida entre o Cabo Adare e o Monte Gauss, no entanto, apenas 35 dias após o início da viagem Ninnis caiu em uma fenda levando a maior parte da comida e dos cachorros com ele. Mawson e Mertz foram deixados com alimentos suficientes para apenas 10 dias, e ainda tinham pelo menos 35 dias de viagem até a base mais próxima de onde se encontravam.
Diante desse panorama, os dois foram forçados a se alimentar com a carne dos cães que restaram e empreender o caminho de volta, mas Mertz acabou perecendo, deixando Mawson sozinho. O australiano tinha certeza de que não sobreviveria à viagem e, então, se dedicou a tomar notas científicas pelo caminho.
Mawson continuou adiante e inclusive sobreviveu à queda em uma fenda — mais tarde batizada de Glaciar Mertz. Duas semanas depois do acidente, o australiano encontrou provisões deixadas por outra expedição, que o mantiveram vivo até ele chegar à base, o que aconteceu três meses mais tarde.