Artes/cultura
14/07/2017 às 03:00•2 min de leitura
Encontrar um parceiro na vida real pode ser muito difícil ou trabalhoso para muita gente, mas o futuro reserva um facilitador nesses casos: o sexo com robôs humanoides.
Criados com uma "carcaça" sedutora de homens e mulheres, esses androides destinados somente para o prazer dos humanos podem ser comuns em 2025. Pesquisadoras como Helen Driscoll acreditam que a atração sexual por essas máquinas — ou até a paixão — vão revolucionar os sentimentos humanos e indústrias como a pornografia.
Agora, um estudo mais complexo e específico de Matthias Scheutz e Thomas Arnold, da Tufts University, resolveu focar em como os humanos de hoje aceitariam essa prática e quais as expectativas de homens e mulheres sobre ir para debaixo do edredom com um robô. Será que a sua opinião coincide com a pesquisa?
Tanto homens quanto mulheres concordaram em alguns pontos. Para os pesquisados, o sexo com robôs se parece mais com masturbação do que o ato em si com um parceiro. Além disso, seria mais "apropriado" utilizar um androide do que contratar um profissional do sexo.
A série "Black Mirror" já tratou do tema de forma bastante realista.
A prática seria aceitável também para homens e mulheres em dois casos: quando usados por pessoas com algum tipo de deficiência e para reduzir o risco de contágio ou espalhamento de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
Outras práticas que receberam alta pontuação incluem usar o robô para manter uma relação entre humanos, ajudar no treinamento contra abuso e servir como "companhia" em ambientes em que relacionamentos entre humanos não são possíveis — como missões espaciais ou outras práticas em que há isolamento, por exemplo.
Premiado no último Oscar pelos efeitos visuais, "Ex Machina" é uma das visões desse futuro.
As respostas dos homens estão mais no campo de "entusiasmo". Mais de dois terços dos homens entrevistados falaram que dariam uma chance ao sexo com robôs. Os homens aprovaram o uso de robôs sexuais em vez de trair a parceira com uma humana. As máquinas também seriam aceitas por eles nos seguintes casos: aumentar a auto-estima, produção de pornografia, educação sexual, práticas grupais e realização de fetiches ou atos menos convencionais, no estilo "50 Tons de Cinza".
Jude Law era um robô especializado "naquilo" em "A.I.: Inteligência Artificial".
Nas categorias acima, mulheres também classificaram as práticas como como "apropriadas", porém com uma pontuação média mais baixa que no caso dos homens. Isso indica maior cautela e necessidade de avaliação, ou seja, respostas mais racionais e menos instintivas. As mulheres também discordaram mais que homens na desaprovação em relação ao uso de robôs por criminosos sexuais, por exemplo. Elas ainda não estão abertas ao uso das máquinas para a prática de abstinência, enquanto eles se mostraram mais adeptos da ideia.
Ainda há muito o que ser estudado sobre isso em áreas como a Psicologia antes mesmo que os primeiros androides sexuais saiam do molde. Em questão de forma dos robôs, por exemplo, nada está claro. Igual ao seu namorado? Geraria ciúmes. Com uma forma "natural"? Não seria tão atraente.
No estudo, há aprovação dos homens para a recriação de elementos nada convencionais, como "esposas já falecidas" e "uma amiga". As mulheres reprovaram ambas as categorias — assim como "forma de uma celebridade", que foi um tópicos mais bem votados pelos homens. Ao menos todos reprovaram "membros da família", "bebês ou crianças" e "animais", indicando que o que não é aceito hoje em dia será transposto para o sexo com robôs.
"Quando nós realmente entendermos como essas interações funcionam, se elas prejudicam ou ajudam o bem-estar psicológico e relacionamentos humanos, só então podemos pisar nisso legalmente. Porém, precisamos de base para essas decisões legais, então devemos acumular dados e fazer experimentos", explica Scheutz.
Via TecMundo.
*Publicado em 15/03/2016