Artes/cultura
12/04/2017 às 10:25•5 min de leitura
A adolescência é o período da vida em que a pessoa passa por mudanças físicas, comportamentais e psicológicas muito intensas, buscando uma maior autonomia e independência. Hoje em dia, está todo mundo grudado em tablets, celulares e video games; então, essa é a fase perfeita para também assumir o joystick do game da vida e buscar itens poderosos que façam você vencer todos os vilões que aparecerem pelo caminho.
E ninguém vai querer ver a sua barra de energia diminuir, não é mesmo? Portanto, fique atento às campanhas de vacinação para garantir que suas armas estejam sempre turbinadas! Em 2017, o Ministério da Saúde vai vacinar os meninos de 12 e 13 anos contra o HPV, além de ampliar a campanha para as meninas, que agora abrange dos 9 aos 14 anos.
Em 2017, campanha de vacinação também vai incluir os meninos
O Sistema Único de Saúde (SUS) também vai imunizar crianças de ambos os sexos, entre 12 e 13 anos, contra a meningite C. Essa variação da doença é uma das mais graves, já que pode causar surtos e levar à morte se não for tratada corretamente. E, nesses casos, não existe como você resetar o jogo da vida e começar de novo, portanto o melhor é prevenir!
Quando nascemos, as imunizações para todas as doenças são ministradas por nossos pais. Ao longo da vida, precisamos assumir essas responsabilidades e nos informar em qualquer caso de dúvida – é comum algumas pessoas terem ideias erradas sobre o assunto, então vamosexplicar tim tim por tim tim do que se trata essa campanha.
Campanha para vacinação feminina vai incluir garotas de 14 anos e aquelas a partir dos 9 anos que não tomaram as duas doses necessárias
O HPV é um vírus que se instala na pele e nas mucosas. Ele até pode ficar anos adormecido e não causar nenhum problema à sua saúde, mas por que arriscar, não é mesmo? O HPV pode causar infecções na pele e verrugas genitais, além de evoluir para casos mais graves, como cânceres – o de colo de útero é o mais comum deles e é a quarta maior causa de morte feminina no país.
No Brasil, a vacina quadrivalente protege contra quatro dos principais tipos de HPV e era indicada para as meninas de 9 a 13 anos que ainda não iniciaram a vida sexual. Agora, a campanha vai se expandir também para os meninos de 12 e 13 anos, além de garotas de 14 anos ou aquelas que não tomaram as duas doses indicadas.
A meta para 2017 é vacinar 3,6 milhões de garotos e 99,5 mil crianças e jovens de 9 a 26 anos que já vivem com o vírus do HIV/aids. Para esses casos, é necessária a prescrição médica para tomar a vacina.
HPV pode causar lesões na pele e nas mucosas, bem como evoluir para câncer de pênis, ânus e colo de útero, entre outros
Um grande erro é pensar que esse tipo de campanha estimula uma iniciação sexual mais precoce nos meninos e nas meninas, algo que está totalmente equivocado. Apesar de a transmissão do HPV também acontecer pelo contato sexual, existem outras formas de contágio: o contato com mucosas e peles infectadas é uma delas, e para isso não precisa haver sexo.
Além disso, estudos mostram que pessoas sexualmente ativas não tiveram um aumento no número de parceiros após a administração da vacina. Ou seja, a sexualidade continuará do mesmo jeito que está hoje em dia, o que não impede, é claro, que os pais conversem com seus filhos sobre isso. Informação nunca é de mais!
Como já falamos acima, o vírus do HPV pode ficar silencioso durante muito tempo. Mas, apesar de a pessoa infectada não possuir nenhum sintoma, ainda assim ela é capaz de transmiti-lo em caso de contatos. Até mesmo um aperto de mão pode ser uma via de contágio, embora seja algo muito raro de acontecer.
E por demorarem a ter os sintomas, muitas pessoas sequer sabem que possuem o vírus. Por isso é extremamente importante que a vacinação se dê antes do início da vida sexual, para ter uma maior eficácia na imunização. Além disso, a faixa dos 9 aos 14 anos apresenta uma taxa de sucesso de imunização muito mais elevada do que em outras idades ou do que em pessoas que já tiveram contato com o vírus – ainda que, é claro, todos devam tomar a vacina, mesmo que já tenham tido a primeira relação.
O beijo também pode transmitir o vírus, caso a mucosa da boca de uma das pessoas esteja com alguma lesão causada por HPV
Sim! A taxa de eficácia da imunização é de 98% para quem segue o cronograma direitinho. É preciso tomar as duas doses da vacina com um intervalo de 6 meses entre cada uma delas. E, se o adolescente tomar a primeira dose com 13 anos e estiver com 14 na época da segunda dose, não tem problema! Ele pode completar a imunização e ficar mais tranquilo com o futuro.
Já para os homens e as mulheres dos 9 aos 26 anos que vivem com HIV/aids, o esquema é um pouquinho diferente: são três doses, sendo a segunda após 2 meses e a terceira depois de outros 4 meses. Nesses casos, a prescrição médica se faz necessária.
As doses são administradas de forma intramuscular, e mesmo adolescentes com diagnóstico positivo para o HPV podem se vacinar, desde que estejam dentro da faixa etária estipulada pela campanha. Até 2020, o Ministério da Saúde pretende ampliar gradativamente essa faixa de vacinação, atendendo todas as crianças a partir dos 9 anos.
Eficácia da vacina é de até 98%
Apesar de ser uma vacina recente, ela segue todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde. Seu efeito é prolongado e manterá você imune por várias fases da vida! E como todo mundo gosta de dar aquela turbinada nos joguinhos virtuais, por que não fazer o mesmo no mundo real?
Os efeitos colaterais mais comuns são dor, inchaço e vermelhidão no lugar da aplicação – algo normal para vários tipos de vacina. Ou seja, não dá para ter medo de algo que vai ajudar a sua saúde, né?
E a campanha de vacinação de 2017 está com a cara da juventude. Afinal, quer forma mais divertida do que educar brincando? Para isso, o Ministério da Saúde lançou o jogo Detona Vírus para Android e iOS.
No game, você escolhe seu herói – um menino ou uma menina – para lutar contra o grande vilão Harry Papilos V. Pegou a referência? É o HPV, claro! Você vai entrar no sistema imunológico a pedido do Doutor Vacin e enfrentar todas as ameaças que aparecerem em seu caminho. Você já pode imaginar quem será o chefão final, né?
Aceite a missão do Doutor Vacin para aniquilar o monstrengo Harry Papilos V
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A meningite é um processo inflamatório das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser causada por bactérias, vírus, parasitas e fungos, ou também por processos não infecciosos. As meningites bacterianas e virais são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública, por terem maior capacidade de ocasionar surtos. No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica; ou seja, casos da doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais, sendo mais comum a incidência das meningites bacterianas no inverno e das virais no verão.
A transmissão acontece através das vias respiratórias, por gotículas ou secreções da nasofaringe, sendo necessário o contato próximo, como em casas e escolas, ou o contato direto com as secreções de algum portador. Em geral, o quadro clínico é bastante grave, apresentando febre, dores de cabeça, náusea, vômito, rigidez da nuca e confusão mental. Ela pode evoluir para delírios e coma, além de convulsões, paralisias e tremores.
O tratamento deve ser iniciado oquanto antes e é feito com antibióticos em caso de meningite bacteriana. Coletas de amostras também são necessárias para uma compreensão melhor do agente causador da doença e uma maior eficácia em seu combate.
Rigidez da nuca é um dos sintomas da meningite
Manter o ambiente limpo e ventilado é uma das melhores formas de evitar o contágio e também surtos da doença. Em 2017, o Ministério da Saúde estará vacinando os adolescentes de 12 e 13 anos contra a meningite C, que pode ser fatal se não tratada corretamente.
Um detalhe importantíssimo é que a vacinação não protege apenas a pessoa que recebe a dose: ela é essencial para toda a sociedade, já que evita que a doença se propague com mais facilidade em casos de surtos.
Vale ressaltar que o Ministério da Saúde reconhece que os adolescentes entre 10 e 17 anos são capazes de tomar decisões de forma responsável, então a autorização dos pais/responsáveis não é necessária para a vacinação tanto contra a meningite quanto contra o HPV. Entretanto, como várias escolas vão aderir à campanha, os pais/responsáveis podem assinar um Termo de Recusa. Mas compensa deixar seu filho desprotegido?
A vacinação correta contra a meningite C e o HPV previne que você perca as melhores fases do seu game da vida